Num apelo divulgado hoje, 50 investigadores de 23 países consideram que é importante assumir o objetivo de proteger 30% das áreas terrestres e marinhas mas que não basta dar atenção a essas zonas protegidas.
Um dos principais autores da avaliação hoje divulgada, Paul Leadley, da universidade francesa de Paris-Saclay, reconheceu que declarar áreas protegidas "é um bom começo se for bem feito, mas está muito aquém do que é necessário para travar e reverter a perda de biodiversidade - o que se chama 'achatar a curva'", apontando que "há demasiada atenção dada às áreas protegidas à custa de outras ações urgentes".
Entre essas necessidades está "um investimento substancial" em monitorização e mais conhecimento para colmatar "as enormes lacunas" atuais.
Apenas cerca de 7% do globo está registado com amostras e quase todos os cerca de mil milhões de registos sobre biodiversidade em meios não oceânicos foram recolhidos em países desenvolvidos, a menos de 2,5 quilómetros de uma via.
Defendem ainda que a ação é urgente porque entre ações e resultados podem passar décadas em áreas como a restauração de florestas, recifes de coral ou reservas piscícolas.
"É imperativo agir já para evitar perdas irreversíveis e pôr a biodiversidade num caminho de recuperação até meados do século", resumem.
A avaliação hoje divulgada insere-se na discussão do roteiro global da biodiversidade pós-2020, que está a ser negociado no âmbito da Convenção das Nações Unidas para a Biodiversidade e deverá ser adotado numa cimeira que se realizará este ano na China.