RSF apelam a PR da Tunísia para preservar liberdade de imprensa
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) apelou hoje ao Presidente tunisino para "preservar a liberdade de imprensa", um dos principais "acervos" da revolução de 2011, ponto de partida das revoltas pró-democracia na região conhecidas como 'Primavera Árabe'.
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Mundo Liberdade de imprensa
Num relatório intitulado 'Jornalismo na Tunísia: A Hora da Verdade', os RSF, com sede em Paris, indicam que pretendem "alertar" para a situação, tendo em conta que o jornalismo na Tunísia "está num ponto de viragem da sua história" e que "há o risco de se diluírem as conquistas da revolução".
Os RSF afirmam que o "golpe de força" do Presidente tunisino, Kais Saied, que, a 25 de julho de 2021, suspendeu o Parlamento e assumiu todos os poderes (legislativo, executivo e judicial), "foi acompanhado por um aumento dos abusos cometidos contra a imprensa".
A organização já menciona a "violenta repressão" que afetou cerca de 20 jornalistas que cobriam as manifestações da passada sexta-feira, incluindo o correspondente do jornal francês Libération.
"Estamos extremamente preocupados com essa mudança autoritária que tem um impacto direto na imprensa tunisina", disse o secretário-geral dos RSF, Christophe Deloire, que falou um dia depois de 21 organizações não governamentais de direitos humanos tunisinas terem denunciado um "perigo iminente" para as liberdades no país.
"Uma imprensa livre e independente é inseparável do futuro da democracia tunisina", observou Deloitre, que pediu a Saied que assuma o compromisso "firme" de preservar e respeitar as garantias constitucionais da Tunísia e os compromissos internacionais em favor da liberdade de imprensa.
"A transformação muito lenta do setor da comunicação social tunisino nos últimos dez anos e os recentes desenvolvimentos políticos ameaçam a liberdade de imprensa, que foi, no entanto, a primeira conquista da revolução", insistiram os RSF.
O relatório dos RSF critica as "relações ambíguas" que Saied tem tido com a imprensa e com os jornalistas desde que chegou ao poder, no final de 2019, após ter sido eleito Presidente.
No relatório, os RSF também denunciam as "relações conturbadas entre a comunicação social, a política e os negócios", bem como o facto de os jornalistas "continuarem vulneráveis à pressão" externa.
Em 2021, a Tunísia ficou em 73.º lugar entre 180 países no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa elaborado pelo RSF.
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