Mali presta última homenagem ao antigo Presidente Ibrahim Boubacar Keita

O Mali prestou hoje a última homenagem ao ex-Presidente Ibrahim Boubacar Keita, morto esta semana, um ano e meio após ser derrubado pelos militares, num funeral num campo militar em Bamako, presidido pelo chefe do Governo de transição.

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Lusa
21/01/2022 15:37 ‧ 21/01/2022 por Lusa

Mundo

Mali

Assimi Goïta, o coronel que liderou o golpe militar em 2020 e é desde então Presidente para o período de transição, não esteve presente no evento, que foi presidido por Choguel Kokalla Maiga.

Ibrahim Boubacar Keita, que morreu no domingo em casa, aos 76 anos de idade, depois de se ter afastado da vida pública, deverá ser enterrado esta tarde na sua residência, após uma cerimónia.

Cerca de 2.000 pessoas, incluindo antigos adversários, reuniram-se em casa do antigo chefe de Estado para se despedirem.

Goïta, que participou nos funerais de dois outros antigos chefes de Estado malianos que morreram em 2020 após o golpe, justificou a ausência na cerimónia com compromissos oficiais.

A cerimónia contou com a presença de muitas personalidades, incluindo o antigo Presidente interino Dioncounda Traoré, antigos ministros, dignitários religiosos, diplomatas e um dos filhos de Ibrahim Boubacar Keita, Bouba Keïta, que assistiu ao desfile do 34.º Batalhão de Engenharia Militar em frente do caixão, coberto com a bandeira nacional.

A Guiné Equatorial, também palco de um golpe de Estado em setembro último e aliada da junta militar no poder no Mali contra a pressão internacional, enviou o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Morissanda Kouyaté.

IBK, como era vulgarmente conhecido o antigo Presidente, foi derrubado em 18 de agosto de 2020 pelos militares, que, após um segundo golpe de Estado em maio de 2021, invocam agora erros cometidos no passado para justificar a recusa em ceder o poder aos civis num futuro próximo.

A presidência de Ibrahim Boubacar Keita, iniciada em 2013, coincidiu em grande parte com o longo período de tumultos em que o Mali se encontra desde a emergência de insurreições independentistas e terroristas no norte do país desde 2012.

A queda do IBK foi precedida por meses de protestos de uma população exasperada com todo o tipo de violência - terrorista, comunal ou criminosa -- a que tem sido submetida num contexto de inação e falência do Estado e corrupção desenfreada.

A junta militar no poder declarou um período de luto nacional de três dias, com início hoje.

Leia Também: Exército do Mali anuncia morte de 14 jihadistas

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