Ouagadougou, 23 jan 2022 (Lusa) - O Governo do Burkina Faso negou hoje que esteja a decorrer um golpe de Estado por parte do exército daquele país, mas confirmou que se ouviram tiros em vários quartéis, na madrugada deste domingo.
Num comunicado de imprensa, o porta-voz do Governo do Burkina Faso, Alkassoum Maïga, pediu calma à população e ressaltou a sua confiança nas Forças Armadas do país.
"Algumas informações nas redes sociais tendem a fazer-nos acreditar numa tomada de poder pelo Exército neste dia 23 de janeiro de 2022. O Governo, embora reconhecendo a autenticidade de [que houve] tiros em determinados quartéis, nega essa informação e apela à população para ficar calma", diz o texto, citado pelas agências de notícias Efe e AFP.
A declaração foi emitida depois de vários meios de comunicação locais terem divulgado informações sobre tiros ouvidos em quartéis militares nas zonas de Ouagadougou e na cidade de Kaya.
Os movimentos nos quartéis verificam-se numa altura em que se têm registado manifestações contra a impotência das autoridades para lidar com a violência terrorista que assola o Burkina Faso.
Este sábado, registaram-se incidentes em Ouagadougou e outras cidades do país, que envolveram as autoridades policiais e populares que desafiaram a proibição de realizarem protestos não autorizados contra a insegurança.
O Burkina Faso atravessa, desde 2015, uma espiral de violência atribuída a grupos terroristas armados.
Os ataques contra civis e soldados são cada vez mais frequentes e concentrados principalmente no norte e leste do país.
A insegurança no Burkina Faso já provocou 1,5 milhões de deslocados, de acordo com os dados do Governo.
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