O Reino Unido começou a retirar "alguns funcionários" da embaixada em Kiev, na Ucrânia. Em causa está a "ameaça crescente" da Rússia.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Commonwealth sublinhou que a embaixada britânica "permanece aberta e continuará a realizar os serviços essenciais".
Segundo o jornal The Telegraph, a medida não foi tomada como resultado de um possível ataque direto aos diplomatas britânicos, mas sim como "uma resposta à crescente ameaça russa e ao potencial risco para os funcionários do Reino Unido".
#Ukraine Some Embassy staff and dependants are being withdrawn from Kyiv in response to growing threat from Russia. The British Embassy remains open and will continue to carry out essential work. (see ’Summary' page) https://t.co/NDOk0vdKBg pic.twitter.com/OSm9fd89id
— FCDO Travel Advice (@FCDOtravelGovUK) January 24, 2022
Também os Estados Unidos da América (EUA) autorizaram, no domingo, a saída voluntária de diplomatas norte-americanos de Kiev e ordenaram a saída de “familiares elegíveis” da embaixada. Em causa está a “contínua ameaça de ação militar russa”.
“Em 23 de janeiro de 2022, o Departamento de Estado autorizou a saída voluntária de funcionários contratados diretos dos EUA e ordenou a saída de familiares elegíveis da embaixada de Kiev devido à contínua ameaça de ação militar russa”, lê-se num comunicado, citado pela CNN.
Os funcionários podem abandonar a embaixada, se assim o desejarem, e os cidadãos norte-americanos a residir na Ucrânia “devem agora considerar” deixar o país em voos comerciais ou outros meios de transporte, acrescentou o comunicado.
O Aviso Global de Saúde Nível 4, que anteriormente se referia à pandemia de Covid-19, passou a desaconselhar as viagens para a Ucrânia “devido ao aumento das ameaças de ação militar e da Covid-19". Há ainda um alerta para as viagens para a Rússia e a “tensão contínua ao longo da fronteira com a Ucrânia”.
"Não viaje para a Rússia devido à tensão contínua ao longo da fronteira com a Ucrânia, o potencial assédio a cidadãos dos Estados Unidos, a capacidade limitada da embaixada de ajudar os cidadãos dos Estados Unidos na Rússia, a covid-19 e restrições de entrada relacionadas, terrorismo, assédio por funcionários de segurança do governo russo e aplicação arbitrária da lei local”, lê-se aviso.
O governo norte-americano recusou-se a dar uma estimativa do número de cidadãos a trabalhar na embaixada de Kiev e a residir no país.
Em entrevista à CNN, o secretário de Estado norte-americano Anthony Blinken reiterou que qualquer ataque russo contra a Ucrânia merecerá uma resposta "rápida e dura por parte dos Estados Unidos e da Europa".
Já esta segunda-feira, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmou que a União Europeia não está a pensar ordenar a retirada do seu pessoal diplomático da Ucrânia, a menos que o secretário de Estado norte-americano partilhe hoje "mais informação" que justifique tal medida.
Em declarações à chegada de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, em Bruxelas, que volta a ter como assunto em destaque na agenda a tensão na fronteira da Ucrânia com a Rússia, o Alto Representante da União para a Política Externa e de Segurança, questionado sobre a decisão de Washington de ordenar a retirada das famílias dos diplomatas dos Estados Unidos colocados em Kiev, comentou que não se deve "dramatizar".
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