"Faltam-me as palavras. Estou muito grato pelo apoio renovado", disse o académico etíope, após a votação processual realizada hoje em Genebra, Suíça, que se seguiu a uma audição e avaliação pelos membros do Conselho.
"Os últimos dois anos foram muito difíceis", disse o diretor-geral da OMS, que tem estado na linha da frente desde o início da pandemia da doença covid-19, agradecendo o apoio dos Estados durante este período marcado pela crise sanitária.
A reeleição tem ainda de ser formalmente validada em maio por todos os Estados-membros da organização, uma eleição sem problemas previsíveis, uma vez que é o único candidato a manter-se na corrida.
Na apresentação que fez aos membros do Conselho Executivo, Tedros Adhanom Ghebreyesus apelou para que "reforcem o papel da OMS no centro da arquitetura da saúde global" e pediu-lhes que reconheçam a "saúde como um direito humano fundamental".
No cargo desde 2017, este especialista em malária de 56 anos é licenciado em imunologia, médico de saúde comunitária e ex-ministro da saúde da Etiópia.
Muito apreciado pelos Estados africanos, por ter permitido que a visão da comunidade internacional, especialmente sobre a pandemia, se vire mais para este continente, era constantemente atacado pelo ex-Presidente norte-americano Donald Trump, mas viu o seu papel reforçado com a chegada do democrata Joe Biden à Casa Branca.
Depois de um primeiro mandato marcado pela pandemia, que revelou as deficiências da OMS, Tedros terá de ganhar a aposta de reforçar esta agência das Nações Unidas para coordenar melhor a resposta às crises globais de saúde e prevenir futuras epidemias.
"A pandemia destacou o desafio que enfrentamos, que é o de que o mundo não está preparado", sublinhou durante a sua apresentação.
"O sucesso futuro da OMS dependerá do vosso apoio" para que as contribuições dos Estados-membros representem 50% do orçamento da organização até 2028-2029, disse o diretor-geral.
Para já, 16% do orçamento provém de contribuições obrigatórias dos Estados, sendo o resto contribuições voluntárias de doadores públicos e privados que decidem como a OMS as pode utilizar.
A Alemanha tornou-se, entretanto, o maior doador da OMS, uma posição anteriormente detida pelos Estados Unidos, facto anunciado por Tedros Adhanom Ghebreyesus, que apontou a Alemanha como "um amigo importante e parceiro de longa" da organização.
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