O inquérito vai servir para "perceber em que medida as infraestruturas não foram resilientes o suficiente ou capazes de resistir à água", disse Celso Correia, após visitas ao terreno, na quinta-feira, liderando a equipa de monitorização dos impactos da tempestade Ana em Tete.
Segundo o ministro, caso se confirme que a natureza foi mais forte em relação à capacidade de resiliência das infraestruturas, o Governo terá de "trabalhar para a sua melhor adaptação", considerando que as intempéries estão "cada vez mais frequentes e intensas".
"Trata-se de um trabalho contínuo e permanente que deve ser feito para termos a certeza de que somos um país adaptado a esses fenómenos extremos das mudanças climáticas", destacou.
A tempestade tropical Ana atingiu diretamente o país entre segunda e quarta-feira, mas, apesar de já ter enfraquecido e avançado para outros países (Zimbabué e Zâmbia), as chuvas intensas alimentaram o caudal de todos os rios no centro e no norte de Moçambique, o que continua a provocar inundações.
A intempérie afetou mais de 45.000 pessoas, havendo mais de 10.000 habitações, 12 unidades de saúde e 346 salas de aula (137 escolas) total ou parcialmente destruídas no centro e norte de Moçambique.
De acordo com dados das autoridades locais e do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), pelo menos 20 pessoas terão morrido com a tempestade, embora relatos da população nas zonas afetadas apontem para um balanço de vítimas ainda maior, por registar.
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