Índia assina acordo de venda de mísseis anti-navio com Filipinas
A Índia assinou hoje com as Filipinas um acordo de venda a Manila de mísseis de cruzeiro anti-navio, que ascenderá a 375 milhões de dólares (336,2 milhões de euros), indicou o Ministério da Defesa indiano.
© Reuters
Mundo Diplomacia
"A BrahMos Aerospace Private Limited (BAPL) assinou um contrato com o Departamento de Defesa Nacional da República das Filipinas [...] para fornecer um sistema de mísseis anti-navio baseado em terra", referiu o ministério num comunicado.
A empresa BrahMos Aerospace, com sede em Nova Deli, é fruto de uma aliança entre a Índia e a Rússia, e o contrato hoje assinado ocorre numa altura em que prosseguem as disputas marítimas entre Manila e Pequim.
Embora o ministério indiano não tenha revelado o valor do sistema de mísseis BrahMos, as Filipinas assinaram um aviso de pré-compra em 31 de dezembro, orçamentando um montante de 375 milhões de dólares.
A BrahMos é uma 'joint venture', criada em 1998, entre a Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa da Índia (DRDO), estatal, e a NPO Mashinostroenia, da Rússia.
O Ministério da Defesa indiano considerou a venda como um "passo importante" para a Índia, um dos maiores importadores mundiais de armas e equipamentos de combate, e que procura estabelecer-se como produtor e exportador de armas.
Em declarações à agência noticiosa espanhola EFE, Sameer Patil, analista da Observer Research Foundation (ORF), declarou tratar-se de um "impulso importante" para o setor de defesa indiano e que pode atrair novos clientes.
"Este é o primeiro acordo de exportação da Índia de um produto de defesa fabricado localmente. A Índia tem vindo a tentar expandir a sua capacidade doméstica e para exportações", disse Patil.
O analista também destacou a importância da venda de mísseis para as Filipinas, país que mantém uma disputa com Pequim em relação a ilhéus no Mar do Sul da China.
Em 2020, a Índia vivenciou o pior aumento de tensão com a China em 45 anos, após uma série de confrontos nos Himalaias na zona da que é conhecida como Linha de Controle Real (LAC), que separa os dois países em áreas onde têm reivindicações territoriais.
"É bom para a Índia fortalecer um dos adversários da China. A Índia espera que quanto mais a China tiver de lidar com os seus vizinhos no Mar do Sul da China, mais a atenção será desviada da LAC", concluiu Patil.
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