UE repudia sanções impostas por Moscovo a responsáveis europeus

A União Europeia (UE) repudiou hoje a decisão da Rússia de proibir a entrada no país de vários funcionários daquele organismo e assegurou que terá uma "resposta apropriada".

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Lusa
28/01/2022 22:21 ‧ 28/01/2022 por Lusa

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"Esta decisão carece de justificação legal e de transparência e provocará uma resposta apropriada", referiu um porta-voz da UE em comunicado.

A mesma fonte repudiou a decisão das autoridades russas, que anunciaram hoje estas sanções em resposta a uma política "absurda de restrições unilaterais" de Bruxelas.

Os visados incluem representantes das forças de segurança, de órgãos legislativos e executivos de alguns países da UE que são "pessoalmente responsáveis pela propagação da política anti-Rússia", pode ler-se na declaração.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo esclareceu que esta medida visa também "empresas militares privadas europeias que operam em várias regiões do mundo".

Esta posição russa sugere que é uma resposta às sanções europeias, impostas em dezembro, a elementos ligados ao grupo privado paramilitar russo Wagner, acusado por países ocidentais, como França, Reino Unido e Alemanha, de realizar operações clandestinas desestabilizadoras ao serviço de Moscovo em países em conflito, como a Ucrânia ou em nações africanas.

Em 13 de janeiro, o Conselho da União Europeia decidiu renovar as sanções económicas à Rússia por seis meses, até final de julho, numa altura de tensão na fronteira ucraniana devido à concentração de forças russas, condenada pela diplomacia comunitária.

"O Conselho decidiu prolongar por seis meses as medidas restritivas atualmente destinadas a setores económicos específicos da Federação Russa, até 31 de julho de 2022", indicou em comunicado à imprensa a estrutura na qual estão reunidos os Estados-membros.

O órgão defendeu a decisão dizendo que a mesma "segue-se à última avaliação do estado de implementação dos acordos de Minsk".

"As sanções em vigor, introduzidas pela primeira vez em 31 de julho de 2014 em resposta às ações da Rússia que desestabilizam a situação na Ucrânia, limitam o acesso aos mercados de capitais primários e secundários da UE a certos bancos e empresas russas e proíbem formas de assistência financeira e corretagem em relação às instituições financeiras russas", explicou o organismo.

De acordo com o Conselho da UE, estas sanções "proíbem também a importação, exportação ou transferência direta ou indireta de todo o material relacionado com a defesa e estabelecem uma proibição para bens de dupla utilização para uso militar ou utilizadores finais militares na Rússia".

As autoridades de Kiev e o Ocidente acusaram a Rússia de ter concentrado cerca de 100.000 soldados na sua fronteira com a Ucrânia com a intenção de invadir novamente o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014.

A Rússia negou essa intenção, mas disse sentir-se ameaçada pela expansão de 20 anos da NATO ao Leste europeu e pelo apoio ocidental à Ucrânia.

Leia Também: Ucrânia. Conflito com Rússia "não é inelutável", dizem EUA

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