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Deputada venezuelana não conseguiu falar sobre a situação no país

A deputada venezuelana da oposição Maria Corina Machado, não conseguiu apresentar as suas denúncias sobre a situação na Venezuela, perante Organização de Estados Americanos (OEA), noticia a agência Efe.

Deputada venezuelana não conseguiu falar sobre a situação no país
Notícias ao Minuto

06:08 - 22/03/14 por Lusa

Mundo OEA

Segundo o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, a organização evidenciou uma "divisão" em relação na Venezuela, que torna "muito difícil" qualquer ação.

Durante mais de oito horas de debate à porta fechada à imprensa no Conselho Permanente da OEA, os países alinhados com a Venezuela usaram de vários recursos processuais para impedir o uso da palavra a Maria Corina Machado, que apenas conseguiu falar durante alguns segundos no final, descreve a agência Efe.

"Transmiti o meu agradecimento ao Governo do Panamá e a garantia e compromisso de que vamos lutar até vencer", disse aos jornalistas a deputada, que esteve na sessão acreditada como representante suplente do Panamá e se sentou na cadeira do embaixador Arturo Vallarino.

"A mensagem ficou ainda mais clara transmitida pelos factos do que com as minhas próprias palavras", acrescentou em referência às várias tentativas para evitar a sua intervenção. "Falei sobre a Venezuela com as minhas palavras e o meu silêncio", sublinhou.

Maria Corina Machado pretendia no discurso de hoje projetar um vídeo sobre a "repressão" nos protestos vividos na Venezuela desde 12 de fevereiro, além de pedir à OEA que ative a Carta Democrática Interamericana, segundo explicou numa conferência de imprensa prévia.

Em concreto, a opositora venezuelana pretendia solicitar à OEA para convocar uma reunião de ministros, emitir uma resolução de condenação para pedir a libertação dos "presos políticos" e "acabar com a repressão", e pedir o envio à Venezuela de uma missão encabeçada pelo ex-Presidente da Costa Rica, Óscar Arias.

A reunião teve início com uma votação para encerrar à imprensa a sessão -- com 22 votos a favor, 11 contra e uma abstenção (dos Barbados) --, repetindo o recurso utilizado durante as sessões sobre a Venezuela no início deste mês.

Os obstáculos prosseguiram com a eliminação da agenda do ponto dedicado à crise venezuelana -- com 22 votos a favor, três contra e nove abstenções --, e com uma tentativa frustrada de adiar a sessão, além de longos debates sobre qual o tema que Machado pretendia abordar no seu discurso.

"Esta foi uma sessão invulgar, porque na realidade esteve-se todo o dia em discussões de procedimento", disse Insulza aos jornalistas.

O secretário-geral da OEA reconheceu que "estes dias passaram-se coisas que nunca se tinham passado antes", em referência à insistência em encerrar a sessão à imprensa, mas ao mesmo tempo sublinhou que as "divisões persistem no interior do hemisfério em relação a este tema, e que isso torna muito difícil qualquer ação".

Já o embaixador venezuelano na OEA, Roy Chaderton, considerou a sessão como "uma ratificação de que a maioria dos países da organização apoia a democracia, e os Estados Unidos e Canadá apoiam os golpistas".

A viagem de Maria Corina Machado aos EUA para participar na sessão da OEA aconteceu depois de esta semana a maioria parlamentar socialista da Assembleia Nacional venezuelana ter solicitado ao Ministério Público que inicie rapidamente uma investigação penal contra a opositora, a quem responsabiliza pelas 29 mortes ocorridas em protestos no país, desde 12 de fevereiro último.

O pedido tem como propósito o levantamento da imunidade parlamentar de Maria Corina Machado que a ainda é acusada de instigação ao crime, traição à pátria, terrorismo, homicídio e de fazer apelos à violência de maneira irresponsável.

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