ONU prolonga missão política na Líbia apenas mais três meses
O Conselho de Segurança da ONU aprovou hoje uma resolução que prolonga a sua missão política na Líbia por apenas mais três meses, elaborada pelo Reino Unido após vários dias de impasse entre os Estados Unidos e a Rússia.
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O pequeno documento, aprovado por unanimidade, prevê a continuidade da missão até 30 de abril. Uma versão anterior, que circulou na última semana, previa uma extensão da missão de Manul até 15 de setembro.
O texto votado hoje não menciona quando vão ser realizadas as eleições presidenciais e legislativas, que estavam inicialmente agendadas para 24 de dezembro de 2021, mas foram adiadas sem uma data definida.
O parlamento líbio anunciou hoje a intenção de nomear um novo primeiro-ministro para liderar o Governo interino, uma iniciativa que poderá exacerbar as lutas de poder.
Após anos de conflitos armados e divisões regionais entre leste e oeste da Líbia, um Governo interino foi criado há um ano, sob a égide da ONU, para realizar a transição até duplas eleições.
Pensadas para serem o culminar da transição pós-regime de Muammar Kadhafi, tais eleições foram adiadas 'sine die' devido a divergências entre campos adversários: um poder no leste representado pelo parlamento e pelo marechal Khalifa Haftar, um dos comandantes militares do Conselho Nacional de Transição durante a guerra civil líbia, e outro no oeste, em torno do Governo de unidade nacional de Abdelhamid Dbeibah, sediado em Tripoli.
O parlamento considera que o mandato do atual executivo terminou com o adiamento das eleições, mas Dbeibah afirma que só cederá o poder a um Governo saído das urnas.
No final de uma sessão realizada em Tobrouk, no leste do país, o porta-voz do parlamento, Abdallah Bliheq, anunciou a abertura das candidaturas para o cargo de primeiro-ministro, precisando que os candidatos selecionados serão ouvidos pelos deputados a 07 de fevereiro.
O parlamento reunir-se-á no dia seguinte para "escolher" um novo primeiro-ministro interino, acrescentou.
A iniciativa do parlamento não é unânime, inclusive entre os seus deputados, alguns dos quais tinham apelado para a manutenção do atual Governo até futuras eleições.
A Missão de Apoio da ONU na Líbia (MANUL) também insiste para que seja marcada uma nova data para as presidenciais, em vez de se efetuar uma remodelação governamental.
Num comunicado conjunto divulgado no final de dezembro, Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha e Itália exigiram que fosse rapidamente decidido um novo calendário eleitoral.
Parecendo antecipar um agravamento das lutas pelo poder, esses cinco países expressaram igualmente o seu apoio à continuação do mandato do atual executivo em Tripoli até à efetiva realização das eleições.
O parlamento instou hoje "alguns embaixadores", sem os nomear, bem como a conselheira especial da ONU para a Líbia, Stephanie Williams, a "não se imiscuírem nos assuntos líbios", indicou Bliheq.
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