Países Baixos repatriam da Síria cinco neerlandesas ligadas ao Daesh
O governo dos Países Baixos retirou hoje cinco mulheres neerlandesas e os seus 11 filhos do campo de detenção de Al Roj, no nordeste da Síria, que alberga famílias dos combatentes 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico (EI).
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Mundo Estado Islâmico
O governo explicou ao Parlamento que, "após um processo de preparação cuidadoso, no qual foram tidos em conta todos os factos relevantes e circunstâncias complexas, o gabinete viu uma oportunidade para transferir estas pessoas através de uma operação especial".
Estas 16 pessoas, que estavam no campo de detenção curdo no nordeste da Síria, "foram retiradas" na madrugada de hoje e, quando chegarem aos Países Baixos, serão colocadas numa prisão, presumivelmente Zwolle, onde está a única unidade de detenção de terroristas.
A decisão surge depois de a Justiça neerlandesa ter feito um ultimato ao Governo do primeiro-ministro Mark Rutte para os recolher ou mostrar que está a "esforçar-se" para os trazer para os Países Baixos.
Bert Klijn, pai de uma dessas mulheres, lamentou, em declarações à televisão holandesa NOS, que "o governo só tenha dado o passo (de os repatriar) depois de ter sido ameaçado numa decisão judicial", mas sublinhou que "isso não é importante agora" porque está "feliz" por poder receber os seus dois netos, de 4 e 5 anos.
Os familiares destas mulheres foram avaliados pelos serviços de protecção de menores para determinar se podem acolher e cuidar das crianças, e serão supervisionados por psicólogos e assistentes sociais.
As cinco mulheres travaram uma batalha judicial desde 2018 para serem deportadas da Síria, alegando quererem defender-se nos tribunais neerlandeses, mas não puderam sair do campo de detenção curdo pelos seus meios e precisavam da ajuda do governo.
A posição do governo tem sido que quem quer ser repatriado deve ir para a embaixada mais próxima (Iraque ou Turquia), mas sem efetuar um repatriamento ativo porque é perigoso enviar funcionários para uma zona de guerra com o objetivo de recolher pessoas que para ali viajaram voluntariamente.
Em junho passado, as autoridades neerlandesas quebraram essa posição, ao repatriar, para poder ser julgada nos Países Baixos, uma mulher que se juntou ao grupo extremista EI em 2016, e com ela três crianças, duas das quais suas filhas e outra de pais desconhecidos.
O seu repatriamento suscitou muitas críticas, mesmo entre o partido de Rutte, o que levou o executivo a prometer que o repatriamento não se tornaria na nova dinâmica.
Oito outras mulheres apresentaram pedidos semelhantes de repatriamento, mas os tribunais neerlandeses ainda estão a estudar os seus casos.
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