Cerca de sete mil refugiados do Burkina Faso na Costa do Marfim
Cerca de 7.000 cidadãos do Burkina Faso, em fuga de ataques 'jihadistas' no seu país, refugiaram-se desde maio de 2021 na Costa do Marfim, anunciou hoje o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
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Mundo Jihadistas
O ACNUR esclareceu que a chegada dos refugiados à Costa do Marfim não está relacionada com o golpe militar de 24 de janeiro passado, que levou ao afastamento do Presidente Roch Marc Kaboré.
"O influxo acelerou nas últimas seis semanas - embora não se acredite que esteja ligado ao recente golpe militar no Burkina Faso - com uma média de 100 pessoas a cruzarem diariamente a fronteira, segundo as autoridades locais", acrescentou Boris Cheshirkov.
Mali, Níger e Benim, países vizinhos do Burkina Faso, também acolhem refugiados burquinabês, disse Cheshirkov, que quantificou o número total em mais de 34.000.
Além do êxodo para os países vizinhos, o Burkina Faso enfrenta também o problema dos deslocados internos, cujo número aumentou 50% no ano passado para mais de 1,5 milhão de pessoas.
O ACNUR também está preocupado com as condições de vida dos refugiados que chegam à Costa do Marfim.
"Muitas famílias da Costa do Marfim estão a hospedar até 30 refugiados burquinabês em pequenas casas", disse a mesma fonte citando funcionários do ACNUR.
"A sobrelotação está a afetar negativamente as condições sanitárias e muitos casos de malária, infeções respiratórias e desnutrição estão a aumentar a carga sobre os estabelecimentos de saúde locais", acrescentou.
Na esteira do Mali e do Níger, o Burkina Faso mergulhou há quase sete anos numa espiral de violência atribuída a movimentos 'jihadistas', ligados à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico, que mataram mais de 2.000 pessoas no país e forçaram pelo menos 1,5 milhão de pessoas a fugir de suas casas.
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