Aliança jihadista diz que não teve conhecimento de operação contra o EI
O grupo 'jihadista' Hayat Tahir al-Sham afirmou hoje não ter tido conhecimento prévio da operação norte-americana contra o líder do movimento Estado Islâmico (EI) Al-Qurayshi, descoberto no território que o HTS controla no noroeste da Síria.
© Getty
Mundo Síria
"Não sabíamos desta operação antes de acontecer, nem a identidade dos habitantes daquele local antes de ser anunciada", indicou a Hayat Tahrir al-Sham (Organização de Libertação do Levante, que inclui o antigo ramo sírio da Al-Qaida, antes designado de Frente al-Nusra) num comunicado divulgado nas redes sociais.
A aliança 'jihadista', declarada terrorista em vários países, expressou a sua "rejeição" à intervenção de Washington na província de Idlib, o último reduto da oposição na Síria, que controla em grande parte.
"Por outro lado, não permitiremos que o Estado Islâmico use as áreas liberadas para qualquer finalidade e continuaremos a lutar contra a sua maldade e os seus crimes", acrescenta a nota, referindo-se às áreas fora do controlo do Governo sírio.
Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi, que se fez explodir durante a operação dos Estados Unidos numa casa no vilarejo de Atmeh, é o segundo líder do EI a esconder-se em Idlib. O seu antecessor, Abu Bakr al-Baghdadi, foi morto na mesma região numa intervenção semelhante em outubro de 2019.
A Organização de Libertação do Levante, chefiada por Abu Mohamed al-Julani, foi criada em 2017 e nos últimos tempos tem procurado apresentar-se como um ator mais moderado, o que tem sido interpretado como uma tentativa de se dissociar do passado de um dos seus principais componentes, a antiga Frente al-Nusra.
A Al-Nusra trabalhou ao lado do EI desde a sua criação em 2011, mas após alguns anos separaram-se devido a diferenças internas.
O ataque das forças especiais dos EUA no noroeste da Síria, durante o qual Al-Qurayshi se matou, ocorreu na quinta-feira.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), os soldados norte-americanos desembarcaram de helicóptero perto de acampamentos para deslocados na localidade de Atmeh, na província de Idlib, e 13 pessoas, incluindo quatro mulheres e três crianças, morreram nos confrontos.
A operação militar norte-americana ocorreu dias depois do fim do ataque do EI a uma prisão mantida pelas Forças Democráticas Sírias (FDS, uma aliança curdo-síria) na região Hassakeh (nordeste da Síria). O EI foi expulso dos seus feudos na Síria e no Iraque, mas continua a realizar ataques nos dois países vizinhos através de células dispersas.
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