O Executivo japonês apresentou o seu protesto a Moscovo por canais diplomáticos, depois de a Rússia ter emitido um alerta marítimo, informando sobre os exercícios com fogo real que realizará nas próximas semanas e que incluirão vários lançamentos teste de mísseis.
Estas manobras vão abranger parte das Ilhas Curilas do Sul -- designadas Territórios do Norte pelo Japão - , bem como parte das águas dentro da zona económica exclusiva japonesa, segundo Tóquio.
"A implantação de armas nas ilhas está em conflito com a posição japonesa e, portanto, não podemos aceitá-la", disse o porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno, em conferência de imprensa.
O Japão realizou precisamente hoje um ato oficial de reivindicação da devolução das ilhas, no qual o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, lamentou que o diferendo "continue por resolver", desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e que isso impeça a assinatura de um tratado de paz entre os dois países.
Kishida prometeu "avançar com tenacidade nas negociações", em linha com os acordos alcançados até agora, segundo meios de comunicação locais.
Quatro ilhas do arquipélago das Curilas, composto por 56 ilhas e ilhotas, foram ocupadas pela Rússia durante a Segunda Guerra Mundial e a disputa pela sua soberania é o principal obstáculo para as relações bilaterais.
Em 1956, a União Soviética e o Japão assinaram uma declaração pela qual retomaram as relações diplomáticas e estabeleceram as regras que as partes deveriam cumprir para a assinatura do tratado de paz, que incluía uma disposição sobre a devolução de duas das ilhas, o que ainda não aconteceu.
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