Kiev já recebeu armamento no valor de 1.500 milhões de dólares
A Ucrânia recebeu armamento no valor de 1.500 milhões de dólares (mais de 1.300 milhões de euros) nos últimos meses, numa altura de tensões fronteiriças com a Rússia, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) ucraniano.
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Mundo Ucrânia
"Continuamos a construir uma coligação internacional de apoio à Ucrânia. Graças a este trabalho, a Ucrânia recebe hoje mais apoio político, económico e de segurança", disse Dmitro Kuleba numa conferência de imprensa, citado pela agência espanhola EFE.
Kuleba disse que o Governo ucraniano tenciona discutir o fornecimento de armas com a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, que se desloca hoje a Kiev, bem como com o Presidente francês, Emmanuel Macron, na terça-feira.
O chefe da diplomacia ucraniana disse que vai falar com Baerbock sobre a recusa do Governo de Berlim em permitir a países terceiros ou organizações o envio de armas alemãs para Kiev.
As autoridades ucranianas advertiram que esse bloqueio poderá prejudicar as relações bilaterais com a Alemanha, que considera tal atitude contraproducente em termos de tensão militar na fronteira com a Rússia.
Berlim defende que as armas não podem resolver um conflito, embora tenha manifestado a sua disponibilidade para bloquear o gasoduto Nord Stream 2, entre a Rússia e a Alemanha, em caso de agressão russa.
Os Estados Unidos da América (EUA) e o Reino Unido têm sido os mais ativos no armamento do exército ucraniano, tal como o Canadá, a Polónia e os Estados Bálticos, que receberam autorização de Washington para o fornecimento de equipamento norte-americano.
O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, disse que Berlim prometeu 5.000 capacetes militares e hospitais de campanha, mas bloqueou o envio de armas da Estónia para a Alemanha Oriental.
Reznikov disse também que as autoridades ucranianas continuam a considerar como baixa a probabilidade de uma escalada militar iminente na fronteira.
Macron encontra-se hoje à tarde, em Moscovo, com o Presidente russo, Vladimir Putin, após o que viajará para Kiev e depois para Berlim, no âmbito dos contactos relacionados com a crise sobre a Ucrânia.
A França exerce atualmente a presidência semestral do Conselho da União Europeia.
Numa entrevista ao semanário francês Journal du Dimanche, citada pela agência Associated Press, Macron disse que Putin está a usar a Ucrânia para atingir um objetivo maior.
"O objetivo geopolítico da Rússia hoje em dia não é claramente a Ucrânia, mas sim clarificar as regras de coabitação com a NATO e a UE", disse Macron.
"A segurança e soberania da Ucrânia ou de qualquer outro Estado europeu não pode ser objeto de compromisso, sendo também legítimo que a Rússia coloque a questão da sua própria segurança", acrescentou.
A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira ucraniana para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança.
Essas exigências incluem uma garantia de que a Ucrânia não será membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e que a Aliança retirará as suas tropas na Europa de Leste para posições anteriores a 1997.
Os EUA rejeitaram as exigências russas, mas deixaram a porta aberta para conversações sobre outras questões de segurança, como o destacamento de mísseis ou a limitação recíproca de exercícios militares.
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