Síria: Oposição rejeita abordagem de discussões "por etapas" da ONU
O Comité de negociações, que representa grande parte da oposição síria, anunciou hoje rejeitar a abordagem "por etapas" proposta pelo enviado da ONU para a Síria para impulsionar as negociações com Damasco após 11 anos de conflito.
© Reuters
Mundo ONU
A declaração surge pouco após a realização, no passado fim de semana, de uma reunião entre diversos grupos da oposição com o objetivo de extrair lições dos seus "erros" e tentar a formação de uma frente contra o Presidente Bashar al-Assad, que atualmente controla dois terços do país.
A oposição política no exílio, enfraquecida por disputas internas e derrotas militares, não conseguiu até ao momento unificar as suas fileiras e surgir como alternativa credível ao regime.
No final de 2021, o enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, disse aguardar por um regresso "num futuro próximo" e "por etapas" das discussões em Genebra, sob a égide das Nações Unidas, entre representantes de Damasco e da oposição.
Em comunicado emitido hoje, o Comité de negociações assinala a sua "rejeição do mecanismo por etapas" e de "qualquer iniciativa (...) que não conduza (...) à aplicação completa da resolução 2254 destinada a atingir o seu principal objetivo, a transição política".
A resolução adotada pelo Conselho de Segurança da ONU em dezembro de 2015 estipula designadamente a revisão da Constituição e a realização de eleições supervisionadas pelas Nações Unidas.
A última ronda de negociações mediadas pela ONU terminou em outubro passado sem qualquer progresso.
"Fornecer estímulos ao regime após ter provado (...) a sua rejeição do processo político em Genebra vai incitá-lo a ser mais intransigente", advertiu o Comité.
Os grupos da oposição, acusados de estarem afastados da realidade e de não representarem os rebeldes, acabaram por perder o apoio externo, enquanto o regime intensificava a sua ofensiva contra os insurgentes e as formações 'jihadistas', com a ajuda da Rússia e do Irão a partir de 2015.
O conflito, desencadeado em março de 2011 após a repressão de manifestações pacíficas e que opôs no início exército e rebeldes, tornou-se mais complexo com o decorrer dos anos, com uma sistemática ingerência internacional.
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), a guerra já provocou cerca de meio milhão de mortos e milhões de deslocados e refugiados.
Leia Também: Israel ataca alvos na Síria depois de disparo de míssil antiaéreo
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com