Embaixada dos EUA ordena saída do seu pessoal não essencial da Ucrânia
Os Estados Unidos apelaram aos seus cidadãos para deixarem a Ucrânia o mais rapidamente possível.
© Lusa
Mundo Ucrânia/Rússia
A embaixada dos Estados Unidos em Kiev ordenou hoje a retirada do seu pessoal não essencial, depois de Washington ter alertado para a iminência de uma ofensiva russa contra a Ucrânia.
"Hoje, o Departamento de Estado ordenou a partida de funcionários norte-americanos não essenciais da embaixada devido aos contínuos relatos de uma acumulação militar russa na fronteira com a Ucrânia, indicando a possibilidade de uma ação militar significativa", anunciou a embaixada em Kiev na rede social Twitter.
Today, the @StateDept ordered non-emergency U.S. employees at the Embassy to depart due to continued reports of a Russian military build-up on the border with Ukraine, indicating potential for significant military action. https://t.co/6IgLvE4PJS
— U.S. Embassy Kyiv (@USEmbassyKyiv) February 12, 2022
Na sexta-feira, os Estados Unidos apelaram aos seus cidadãos para deixarem a Ucrânia o mais rapidamente possível, um apelo que foi seguido por outros países, incluindo Reino Unido, Países Baixos, Canadá, Austrália, Japão, Israel, Bélgica e Alemanha.
Na atualização de hoje do alerta de segurança, o Departamento de Estado anunciou o encerramento dos serviços consulares na embaixada em Kiev a partir de domingo.
"A embaixada manterá uma pequena presença consular em Lviv, Ucrânia, para fazer face a emergências, mas não poderá fornecer passaportes, vistos ou serviços consulares de rotina. Os cidadãos dos EUA poderão procurar estes serviços nas embaixadas dos EUA nos países vizinhos", lê-se no alerta.
O Departamento de Estado reafirmou também a informação de que não poderá retirar cidadãos norte-americanos "no caso de uma ação militar russa em qualquer parte da Ucrânia".
"A ação militar pode começar a qualquer momento e sem aviso prévio e terá também um impacto grave na capacidade da embaixada dos EUA de prestar serviços consulares, incluindo assistência aos cidadãos dos EUA na partida da Ucrânia", acrescentou.
A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, de visita ao Egito, anunciou hoje que a Alemanha vai reduzir a sua representação diplomática na Ucrânia.
"Manteremos a nossa embaixada aberta em Kiev, mas reduziremos o número de pessoal diplomático", disse Baerbock, citada pela AFP.
No alerta aos alemães na Ucrânia, o Governo de Berlim disse que um "conflito armado não pode ser excluído", dado que as tensões "aumentaram nos últimos dias".
"Se está atualmente na Ucrânia, assegure-se de que a sua presença é imperativa. Caso contrário, deixe o país a curto prazo", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.
A União Europeia (UE) anunciou, na sexta-feira, que também autorizou o pessoal não essencial da sua representação diplomática em Kiev a deixar a Ucrânia.
Face ao agravamento da tensão, os presidentes norte-americano, Joe Biden, e francês, Emmanuel Macron, anunciaram que vão falar hoje, em contactos separados, com o Presidente russo, Vladimir Putin.
O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, também anunciou que vai falar hoje com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov.
A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira ucraniana para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
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