"Distintos episódios da nossa história recordam-nos o papel de vanguarda da juventude venezuelana à frente das lutas pela liberdade e democracia. [...] Não esquecemos os jovens que caíram tentando conseguir uma Venezuela livre e democrática", disse o político venezuelano Juan Guaidó.
O líder da oposição falava para centenas de pessoas que se concentraram na Praça Bolívar e na Rua Monsenhor Juan Grilc Rezman de Chacao (leste de Caracas), onde recordou também que, em 12 de fevereiro de 1814, jovens e soldados venezuelanas morreram durante a Batalha da Vitória, no âmbito da guerra pela independência da Venezuela.
"Não vamos a ceder, continuaremos em frente, até vermos a Venezuela livre e democrática", sublinhou o político venezuelano, que anunciou a criação da Ordem Mártires da Liberdade, "em reconhecimento às vítimas da repressão e violação sistemática dos Direitos Humanos" no país, que foi entregue a Dereck Redman, pai de Robert Redman, um dos manifestantes assassinados nos protestos de 12 de fevereiro de 2014.
Guaidó iniciou a sua intervenção denunciando que não havia luz no local, "não por uma falha técnica, mas por ameaças" dos que têm "sequestrado o poder".
"Aqui estamos e aqui vamos estar, até ver a Venezuela livre. Os que têm medo são os que se escondem, os que mandam cortar a eletricidade e ameaçam a quem instalar os equipamentos de som", disse Juan Guaidó, insistindo que a oposição está comprometida em "levar à justiça os responsáveis pela violação dos Direitos Humanos" no país.
Juan Guaidó insistiu que urge "melhorar a unidade, fortalecer as ferramentas, renovar a liderança, incorporar todos os setores" para "legitimar desde as bases" o destino da Venezuela.
Segundo o político, a oposição tem quatro pilares estratégicos: retomar a organização e mobilização para exigir os direitos, melhor coordenação internacional de apoio à investigação que o Tribunal Penal Internacional realiza por violações dos Direitos Humanos no país.
Adicionalmente, pretende retomar o processo de negociação com o Governo venezuelano, no México, com garantias para todos os setores do país, e ampliar e fortalecer a unidade opositora.
"Juntos salvaremos a Venezuela. [...] Vamos mobilizar-nos por todos os lados até que o nosso país seja livre e democrático. [...] A ditadura tem data de vencimento, por isso virá a Venezuela do renascimento. A Venezuela vai renascer como nação, o futuro nos pertence", frisou Juan Guaidó.
O político opositor disse ainda que realizar eleições livres e democráticas não pode ser "um obséquio, uma dádiva da ditadura, dos que têm o poder sequestrado".
"Estamos empenhados em lutar, em organizar cada canto da Venezuela, em melhorar a unidade. Há um pilar fundamental para isso: reforçar a ferramenta e o veículo que nos deu vitórias no passado, a 'unidade', renovar a liderança, incorporar todos os setores", frisou.
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