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China mantem política de "zero casos" apesar de aprovação de medicamento

A aprovação pela China do Paxlovid, tratamento antiviral contra a covid-19 desenvolvido pela Pfizer, visa aumentar a confiança do público, mas não significa que Pequim vai abdicar da estratégia de "zero casos", frisaram especialistas citados pela imprensa estatal.

China mantem política de "zero casos" apesar de aprovação de medicamento
Notícias ao Minuto

11:45 - 14/02/22 por Lusa

Mundo Covid-19

O primeiro medicamento antiviral oral aprovado na China vai ser usado para tratar pacientes adultos com sintomas leves a moderados e com alto risco de agravamento da doença.

Isto inclui pacientes que têm problemas subjacentes, como doença renal crónica, diabetes, doenças cardiovasculares e doenças pulmonares, de acordo com o anúncio da Administração de Produtos Médicos da China.

O organismo acrescentou que devem ser conduzidos mais estudos sobre o medicamento.

A notícia suscitou especulações sobre se a aprovação era um sinal de que a China vai adotar tratamentos e vacinas estrangeiras, algo que não tinha feito até à data, e relaxar assim as suas rígidas políticas de combate à doença covid-19.

Especialistas questionam a eficácia das vacinas chinesas contra a variante Ómicron, mas a China evitou grandes surtos do novo coronavírus com um regime de bloqueios, testes em massa e restrições nas viagens.

Quem chega ao país oriundo do exterior tem que cumprir uma quarentena de até 21 dias.

Citado pelo jornal oficial do Partido Comunista Chinês Global Times, o especialista em doenças respiratórias do Primeiro Hospital da Universidade de Pequim, Wang Guangfa, disse que o medicamento complementará os métodos de tratamento médico já bem-sucedidos da China, fornecendo uma proteção necessária para aqueles com doenças subjacentes.

"Não é o momento certo para a China se abrir para o mundo quando a pandemia no exterior ainda é galopante. Devemos manter uma política abrangente e integrada", defendeu Wang.

Zhuang Shilihe, imunologista da cidade de Cantão, também disse ao Global Times que "um medicamento sozinho não pode acabar com a pandemia", enfatizando a importância de o país prosseguir com a estratégia de "zero casos" e aumentar a taxa de vacinação.

As vacinas ainda são proeminentes na prevenção de casos graves, disse Zhuang, apelando a que as pessoas continuem a ser vacinadas.

O Paxlovid é um medicamento antiviral oral que reduz a capacidade do SARS-CoV-2 (o coronavírus que causa a covid-19) de se multiplicar no corpo.

A covid-19 provocou pelo menos 5.799.910 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante do mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.

Leia Também: Covid-19: China aprova medicamento antiviral oral da Pfizer

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