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Moscovo admite que há uma "oportunidade" de compromisso com o Ocidente

O Governo russo disse hoje que há ainda uma "oportunidade" de resolver a crise na Ucrânia através de canais diplomáticos, numa altura em que os países ocidentais temem que as tensões possam escalar para um conflito armado.

Moscovo admite que há uma "oportunidade" de compromisso com o Ocidente
Notícias ao Minuto

13:54 - 14/02/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

"Há a possibilidade de chegar a um acordo com os nossos parceiros sobre questões fundamentais ou é uma tentativa de nos arrastar para negociações intermináveis?", disse o Presidente russo, Vladimir Putin, numa pergunta dirigida ao seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov.

"Como responsável pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, devo dizer que há sempre uma hipótese", respondeu o ministro russo, num encontro com Putin.

As oportunidades de diálogo "não estão esgotadas, (mas) não devem durar indefinidamente", disse Lavrov, acrescentando que Moscovo está "pronto para ouvir contrapropostas sérias".

O chefe da diplomacia russa referiu que os EUA se mostraram disponíveis para um diálogo sobre limites para instalação de mísseis na Europa, restrições a exercícios militares e outras medidas de confiança.

Lavrov sinalizou assim a intenção do Kremlin de permanecer na via diplomática, embora os Estados Unidos tenham avisado que Moscovo poderia invadir a Ucrânia a qualquer momento.

As declarações surgem na véspera de uma viagem a Moscovo do chanceler alemão, Olaf Scholz, em mais uma tentativa dos países europeus e dos seus parceiros na NATO para tentar solucionar a crise ucraniana.

Os países ocidentais acusam a Rússia de reunir mais de 100.000 tropas junto à sua fronteira com a Ucrânia, antecipando uma invasão que os Estados Unidos descrevem como iminente.

Moscovo nega qualquer intenção bélica, mas associa uma desescalada a uma série de exigências com as quais quer que os ocidentais se comprometam.

A principal reivindicação da Rússia são garantias do Ocidente de que a NATO não permitirá que a Ucrânia e outras ex-repúblicas soviéticas se juntem como membros, e que a Aliança irá suspender o envio de armas para a Ucrânia e retirar as suas forças da Europa de Leste.

Alguns observadores esperam que Moscovo aceite eventualmente um compromisso que ajude a evitar hostilidades e permita que todas as partes salvem a face.

Embora a NATO se recuse a fechar a porta à Ucrânia, a aliança também não tem intenção de avançar com a integração deste ou outro país da ex-União Soviética tão cedo. Alguns analistas lançaram ideias como uma moratória sobre a expansão da NATO ou um estatuto neutro para a Ucrânia para desanuviar as tensões.

Realizaram-se várias rondas de conversações de dirigentes dos países ocidentais com a Ucrânia e com a Rússia nas últimas semanas, mas não conduziram a um compromisso.

[Notícia atualizada às 14h29]

Leia Também: Lavrov acusa EUA de quererem um conflito e Blinken exige desescalada

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