"Reagimos à realidade e, por enquanto, ainda não vimos qualquer retirada, só ouvimos falar dela", disse Zelensky à BBC Radio 4.
"Quando as tropas retirarem, todos poderão vê-lo, não só os serviços de reconhecimento militar, mas todos nós", acrescentou o Presidente ucraniano, que sublinhou que "todas as pessoas esperam que haja um apaziguamento" das tensões com a Rússia.
Sobre a ameaça de uma invasão, Zelensky disse que os ucranianos permanecem "calmos", porque " isto não começou ontem", mas "já acontece há muitos anos".
Também o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, advertiu hoje que o Reino Unido não viu até agora "provas" de uma retirada das tropas russas.
"De facto, temos assistido a um crescimento contínuo de recursos, como hospitais de campo e sistemas estratégicos de armamento", disse o ministro.
"Julgaremos a Rússia pelas suas ações e até vermos uma desescalada adequada, penso que todos devemos permanecer cautelosos quanto ao rumo do Kremlin", acrescentou.
A Rússia anunciou hoje, e na terça-feira, o regresso aos quartéis de algumas das suas tropas que destacou para perto das fronteiras com a Ucrânia nos últimos meses.
Algumas dessas unidades estavam na península ucraniana da Crimeia, que a Rússia invadiu e anexou em 2014.
O Ocidente acusa a Rússia de ter concentrado mais de 100.000 tropas junto às fronteiras da Ucrânia para invadir novamente o país vizinho, uma intenção negada por Moscovo.
A Rússia acusou hoje a NATO de avaliar incorretamente a situação na Ucrânia, numa reação a declarações do secretário-geral da Aliança Atlântica sobre o anúncio de retirada de tropas russas.
À entrada para uma reunião em Bruxelas dos ministros da Defesa da NATO, Jens Stoltenberg disse hoje que os aliados não veem "qualquer desescalada no terreno" e que, pelo contrário, "parece que a Rússia continua a reforçar a sua presença militar" junto à Ucrânia.
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