Rússia e Brasil acordam aprofundar cooperação económica
Rússia e Brasil aprovaram hoje uma declaração conjunta para aprofundar a cooperação económica, após um encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Jair Bolsonaro em Moscovo, que o chefe de Estado russo classificou como "substancial e construtivo".
© Lusa
Mundo Bolsonaro
"Hoje tivemos negociações muito substanciais e construtivas, ao final das quais aprovámos uma declaração conjunta, que reflete os principais pontos para o aprofundamento da cooperação russo-brasileira", disse Putin num comunicado conjunto assinado também por Bolsonaro.
"Os nossos países estão interessados na futura expansão da cooperação económica (...) O Brasil é o principal parceiro comercial da Rússia na América Latina e no Caribe", lembrou o chefe do Kremlin.
Putin mencionou que um terço do intercâmbio comercial da Rússia com a América Latina e o Caribe corresponde precisamente às trocas com o Brasil e destacou que no ano passado, apesar das dificuldades causadas pela pandemia de covid-19, o comércio aumentou.
Putin também destacou projetos comuns nas áreas de energia hidroelétrica e uso pacífico da energia nuclear.
Nesse sentido, o Presidente da Rússia mencionou que a empresa Rosatom estaria disposta a participar da construção de fábricas nucleares em território brasileiro, incluindo instalações flutuantes.
"Eles têm experiência e tecnologias únicas sem análogas no mundo", destacou Putin sobre a empresa atómica russa, que também realiza projetos noutros países latino-americanos.
O Presidente russo também saudou o desenvolvimento da cooperação bilateral na indústria química e na produção de fertilizantes ecológicos, lembrando também os laços humanitários e de cooperação na área educacional.
Já o Presidente do Brasil destacou, em conversa com jornalistas, ter apreendido da conversa com Putin o interesse de ambos os países em retomar os níveis de comércio bilateral e explorar novas áreas de cooperação.
"Temos uma agenda bastante frutífera e vemos o retorno do comércio bilateral aos níveis anteriores à pandemia do coronavírus, que eclodiu no Brasil em fevereiro de 2020", disse Bolsonaro aos repórteres no Kremlin.
"O Brasil é uma potência, principalmente no agronegócio, e há muito interesse da nossa parte no comércio de fertilizantes e notamos o interesse russo em plantas brasileiras habilitadas para a aquisição de produtos de origem animal", acrescentou.
Há uma intensa relação comercial entre os dois países, com saldo claramente favorável à Rússia, que em 2021 exportou produtos no valor de 5,7 mil milhões de dólares (cerca de 5 mil milhões de euros) para o Brasil, dos quais 60% corresponderam a operações de fertilizantes.
As exportações do Brasil para a Rússia, também no ano passado, somaram 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de dólares) e foram compostas, sobretudo, por produtos alimentícios.
Bolsonaro destacou oportunidades de cooperação bilateral com a Rússia no setor energético para ampliar os negócios nas áreas de exploração de gás, petróleo e derivados.
"O Presidente Putin e eu atribuímos alta prioridade à revitalização da aliança tecnológica entre Brasil e Rússia e trabalharemos juntos em áreas de ponta como biotecnologia, nanotecnologia, inteligência artificial, tecnologia da informação e pesquisa em saúde e oceano", afirmou o chefe de Estado brasileiro.
Bolsonaro também será recebido em Moscovo pelas autoridades da Duma (câmara baixa do Parlamento russo) e pelos empresários do Conselho Empresarial Brasil-Rússia, que foi restabelecido no ano passado.
Leia Também: Bolsonaro obrigado a fazer teste à Covid-19 e confinamento na Rússia
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com