ONU avalia se Japão pode largar água contaminada de Fukushima no Pacífico

Um forte tsunami em 2011 provocou um desastre nuclear na central japonesa. Morreram 18 mil pessoas.

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Notícias ao Minuto
18/02/2022 12:11 ‧ 18/02/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Fukushima

A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou esta sexta-feira que irá rever os planos do Japão de largar mais de um milhão de toneladas de água radioativa no Oceano Pacífico, contaminada depois do desastre na central nuclear de Fukushima.

Em 2011, um terramoto de 9.0 na escala de Richter provocou um tsunami devastador, que arrasou a costa nordeste do Japão, matou 18 mil pessoas e provocou falhas graves na central nuclear - falhas essas que resultaram no colapso de três geradores e obrigaram ao realojamento de 150 mil pessoas devido à radiação.

O incidente de Fukushima foi o pior desastre nuclear desde Chernobyl, em 1986.

Esta sexta-feira, a vice-diretora da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Lydie Evrard, visitou a central nuclear para ver amostras da água e disse, citada pelo The Guardian, que a agência da ONU "ouviu cuidadosamente as preocupações da população local e a inspeção tem como objetivo encontrar respostas sobre a segurança, de uma forma transparente".

O Japão quer aliviar água contaminada da sua central nuclear, mas o plano tem sido contestado pela China e Coreia do Sul, que partilham ligações marítimas na região, e pelos pescadores, que temem que a radioatividade danifique a fauna local.

A Coreia do Sul mantém até hoje uma proibição à importação de comida vinda de Fukushima.

As autoridades japonesas dizem que a sua tecnologia permite desintoxicar quase na totalidade a água radiativa, e garante que consegue esvaziar de forma segura os cerca de mil tanques - que contém água usada para arrefecer os reatores, mas também chuva que ficou contaminada em contacto com a radioatividade.

Esta operação está prevista para durar várias décadas, à medida que a central é lentamente decomposta em segurança. Mas os ativistas ambientais desconfiam de todo o processo e teme pela segurança da vida marítima.

A Greenpeace, que já alertou para radioatividade presente na água em anteriores largadas, disse ao The Guardian que não acredita na transparência da AIEA por esta promover a energia nuclear e reafirma que a agência deve "investigar a causa da água contaminada e explorar opções de armazenamento a longo prazo".

Leia Também: Libertação de água da central de Fukushima vai ser controlada pela AIEA

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