"Em apenas três anos, o número de pessoas a caminho da inanição disparou de 3,6 milhões para 10,5 milhões em cinco países -- Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger", alerta a organização, em comunicado.
Sublinhando que a região do Sahel vive atualmente uma das maiores secas dos últimos anos, o Programa Alimentar Mundial (PAM), das Nações Unidas, estima que a crise ultrapasse a dos anos anteriores devido a fatores agravantes, incluindo a insegurança, aumento da pobreza devido à covid-19 e aumentos dramáticos no custo dos alimentos básicos.
"Uma crise absoluta está a desenrolar-se perante os nossos olhos na região do Sahel", disse o diretor-executivo do PAM, David Beasley, desde o Benim e após visitar as operações da organização no Níger e no Chade.
Citado no comunicado, o responsável alerta que as organizações humanitárias "estão a ficar sem dinheiro e o povo está a ficar sem esperança".
Devido à falta de fundos, o PAM diz estar na difícil situação de ter de "tirar aos que têm fome para dar aos que estão famintos".
No Níger, por exemplo, o PAM já está a cortar para metade as porções da ajuda alimentar.
O PAM diz que precisará de 470 milhões de dólares (413 milhões de euros) nos próximos seis meses para manter as operações no Sahel, onde, apesar de um contexto securitário desafiante, tem trabalhado com parceiros humanitários para manter o apoio a 9,3 milhões de pessoas nos cinco países.
A região do Sahel atravessa África de leste a oeste ao sul do deserto do Saara e vive atualmente um dos seus períodos mais secos desde 2011.
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