Coágulo provocado pela pílula deixa inglesa de muletas e em risco de vida

Médico ignorou historial de coágulos sanguíneos na família de Jess Seaton.

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Notícias ao Minuto
18/02/2022 15:11 ‧ 18/02/2022 por Notícias ao Minuto

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Pílula

Uma mulher inglesa, de 25 anos, ficou às portas da morte depois de desenvolver um coágulo sanguíneo, depois de tomar a pílula. Agora, tenta usar a sua experiência traumática para obrigar o serviço de saúde inglês a fazer testes às mulheres antes de tomarem o medicamento.

O coágulo sanguíneo deixou Jess Seaton, da ilha de Wight, com vários problemas de saúde e terá de usar muletas para se movimentar durante muitos anos, além de ter de lidar com as consequências de stress pós-traumático depois de uma cirurgia desesperante.

Ao jornal inglês The Independent, Jess Seaton conta que a enfermeira que lhe prescreveu a pílula aos 15 anos garantiu a sua segurança - apesar da sua mãe ter falando do historial de risco de coágulos sanguíneos na sua família.

"Por causa da minha idade, estavam mais preocupados com a gravidez na adolescência do que com a minha segurança", disse a jovem, com dois filhos.

Em outubro de 2021, a jovem inglesa foi internada depois de sentir dores musculares e inchaço nas pernas. Depois de alguns exames, Seaton conta que os médicos identificaram um coágulo sanguíneo gigante, que ia do tornozelo ao umbigo.

"Os sintomas visíveis externamente eram uma perna inchada e roxa. Tinha uma dor enorme que era acutilante. Uma caminhada que durava dois minutos demorou 30, porque tive de parar e recomeçar várias vezes. Felizmente, a minha mãe teve um coágulo e ajudou-me, senão não estaria aqui hoje", disse a mulher.

O stress pós-traumático veio da cirurgia, que durou três horas e meia e teve de ser feita com a jovem acordada.

"Disseram-nos que o anestesista demoraria duas semanas a chegar e se esperassem, eu morreria. Tive anestesia local mas senti tudo. Estavam a puxar veias por um buraco. Eu gritei e chorei a pedir-lhes que parassem", relata Jess Seaton.

A pílula é, na grande maioria dos casos, segura. No entanto, há o risco da mistura hormonal criar coágulos sanguíneos, que podem provocar ataques cardíacos, acidentes cardiovasculares (AVC) e, em casos extremos, a morte.

Depois da cirurgia, que a deixou cicatrizada (física e mentalmente) para o resto da vida, Jess Seaton quer ser reembolsada pelo NHS (o serviço nacional de saúde britânico) e quer que o serviço faça testes para detetar coágulos sanguíneos nas mulheres, antes de recomendar a pílula.

"Toda a gente tem 'síndrome da bata branca' e confia no que sai das bocas dos médicos e das enfermeiras", rematou a jovem.

Leia Também: EUA levantam restrições de acesso à pílula abortiva de forma permanente

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