O executivo comunitário aponta, numa nota informativa, que a Ucrânia solicitou esta ajuda de emergência, tendo a Comissão, através do Mecanismo de Proteção Civil, começado já a encaminhar material fornecido por cinco Estados-membros: França, Áustria, Irlanda, Eslovénia e Roménia.
No mesmo comunicado, a Comissão diz esperar que outros países da União Europeia (UE) enviem mais ajuda "nos próximos dias", para "apoiar os esforços de preparação da Ucrânia para todos os cenários possíveis".
Entre o material fornecido pelos Estados-membros, contam-se tendas de campanha, sacos-cama, cobertores, 'kits' de higiene e material médico, incluindo um posto médico avançado providenciado por França com capacidade para tratar meio milhar de feridos.
"A UE está em plena solidariedade com o povo ucraniano, também com apoio concreto. Uma vez que a Ucrânia pediu a nossa ajuda, temos estado a trabalhar 24 horas por dia para ajudar as autoridades. A assistência imediata da proteção civil está a caminho. Eslovénia, Roménia, França, Irlanda e Áustria fizeram as primeiras ofertas e espero mais assistência nos próximos dias por parte de outros Estados-membros da UE", declarou o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic.
Este anúncio ocorre no mesmo dia em que o Conselho da União Europeia adotou formalmente o pacote de ajuda de emergência à Ucrânia de 1,2 mil milhões de euros, proposto há menos de um mês pela Comissão Europeia e aprovado com cariz de urgência pelos 27.
A atual presidência semestral francesa do Conselho da União Europeia (UE) sublinhou a celeridade com que este pacote de assistência foi aprovado, apontando que "as atuais tensões geopolíticas estão a ter um efeito prejudicial sobre a estabilidade económica e financeira da Ucrânia" e "as persistentes ameaças à segurança já desencadearam uma saída substancial de capital" do país.
Hoje mesmo, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, entre os quais Augusto Santos Silva, discutem em Bruxelas a crise a leste, num contexto de forte tensão entre o Ocidente e a Rússia, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Nos últimos dias, o clima de tensão agravou-se ainda mais perante o aumento dos confrontos entre o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos no leste do país, na região do Donbass, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.
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