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Ucrânia. Hungria teme forte vaga de refugiados se houver conflito

O Governo da Hungria alertou hoje para o risco de um grande fluxo de refugiados provenientes da Ucrânia, caso os receios de uma invasão russa se concretizem, e que tal vaga ameaçaria a estabilidade económica húngara.

Ucrânia. Hungria teme forte vaga de refugiados se houver conflito
Notícias ao Minuto

13:53 - 21/02/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

"Se as coisas ficarem fora de controlo, a Hungria poderá enfrentar uma grande pressão, militar e de refugiados, o que causaria instabilidade económica", alertou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, numa conferência de imprensa após um encontro com o seu homólogo esloveno, Janez Jansa, na fronteira entre os dois países.

A vaga migratória, disse Orbán, seria muito maior do que a causada pelas guerras na ex-Jugoslávia na década de 1990, quando a Hungria recebeu mais de 100.000 refugiados.

O líder ultranacionalista, que em 2015 fechou o seu país à chegada de refugiados que fugiam de conflitos como os da Síria, Iraque ou Afeganistão, afirmou que esta crise na Ucrânia seria mais difícil de gerir do que a causada durante o desmembramento da Jugoslávia.

Orbán e Jansa concordaram na necessidade de encontrar um acordo pacífico entre o Ocidente, a Rússia e a Ucrânia, bem como defenderam uma desaceleração da tensão.

No entanto, Orbán considerou que a Europa deve reforçar o seu poder militar.

"As boas intenções não são suficientes para ter paz. Nem as declarações de apoio à paz são suficientes. É necessário um poder para o assegurar", disse.

O primeiro-ministro húngaro acredita que enquanto a União Europeia (UE) não tiver um poder militar comparável ao da Rússia, "não será capaz de decidir sobre a paz, o que fica nas mãos da Rússia e dos Estados Unidos".

Janez Jansa destacou, por seu turno, que um conflito entre a Rússia e a Ucrânia não beneficiaria ninguém e que "todos serão perdedores" se acontecer.

Os dois primeiros-ministros reuniram-se para discutir questões bilaterais e expressar apoio mútuo às eleições nos respetivos países, agendadas para abril.

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