Presidente do Senegal pede à Alemanha para permanecer no Sahel e no Mali
O Presidente do Senegal e atual líder da União Africana (UA) pediu hoje à Alemanha para manter a presença militar no Sahel e em particular no Mali, de cujo país a França prepara a retirada.
© Reuters
Mundo Mali
"Precisamos das forças europeias, da Minusma [Missão Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali], e da Alemanha no Mali, o Mali não pode ser abandonado, tem de manter a sua presença no Sahel, a África precisa", disse Macky Sall ao Presidente alemão, que está de visita ao Senegal desde domingo, citado pela agência France-Presse.
O exército alemão está atualmente envolvido em duas missões no Mali, um país flagelado pela propagação do 'jihadismo' desde 2012, com 328 soldados na Missão de Formação da União Europeia (EUTM), e mais 1.170 na Minusma.
As tensões entre a junta no poder em Bamaco desde 2020 e os parceiros do Mali, bem como o anúncio feito na semana passada pela França e pelos seus parceiros europeus relativamente à retirada dos seus soldados envolvidos na luta contra o 'jihadismo', criam uma nova situação para a Alemanha.
A ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, disse estar "cética" quanto ao alargamento da participação na força europeia, e questionou o sentido de manter a contribuição alemã para a Minusma se a França se preparava para retirar, o que implicaria perder o apoio em situações de emergência.
O chefe de Estado senegalês está a acompanhar de perto a deterioração da situação de segurança no Sahel, já que para além de ser um vizinho do Mali, é também o presidente rotativo da UA.
O presidente alemão disse que a sua visita lhe permitiria "ter uma noção das expectativas" no país "e na região em geral", mas reconheceu já que o desejo dos parceiros regionais é que "a Alemanha permaneça presente de uma forma que contribua para a estabilidade do Sahel".
Frank-Walter Steinmeier sublinhou, no entanto, que a decisão final caberá ao parlamento alemão, que deverá decidir sobre este tema em maio.
Steinmeier chegou a Dacar no domingo à noite, chefiando uma grande delegação de políticos e empresários, tendo já debatido com o seu homólogo senegalês a construção de unidades de produção de vacinas em África, incluindo uma no Senegal, e tem prevista a colocação da primeira pedra do novo edifício que vai albergar o Instituto Goethe.
A União Europeia (UE) tem 600 pessoas em duas missões de formação, incluindo uma militar, no Mali.
A Minusma, criada em 2013 após a independência e das insurreições 'jihadistas' no ano anterior, emprega mais de 12.000 soldados no Mali.
É a missão mais mortífera do mundo para os soldados da paz, contabilizando já mais de 150 mortes em atos hostis.
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