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Mali: França explica retirada militar no Conselho de Segurança da ONU

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deverá realizar uma reunião informal à porta fechada sobre o Mali na terça-feira, a pedido da França, para explicar o anunciado fim das operações militares no Mali.

Mali: França explica retirada militar no Conselho de Segurança da ONU
Notícias ao Minuto

20:03 - 21/02/22 por Lusa

Mundo Mali

De acordo com diplomatas citados pela agência France-Presse, o objetivo da reunião será dar uma explicação sobre a decisão de terminar as operações Barkhane e Takuba, que o Presidente francês diz ir acontecer de forma faseada ao longo do próximos meses.

Na reunião, realizada sob a presidência rotativa da Rússia, os conselheiros de segurança da ONU vão também debater o impacto da decisão francesa na Missão Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (Minusma).

A França anunciou na quinta-feira a retirada da força Barkhane e da unidade europeia Takuba do Mali nos próximos "quatro a seis meses", o que poderá levar a que os contingentes de países europeus na Minusma, como o Reino Unido ou a Alemanha, que já expressou dúvidas sobre o sentido de manter a presença caso a França se retire.

A saída francesa "não deve prejudicar a Minusma", disse um diplomata francês citado pela agência francesa, acrescentando que depois de junho a missão de paz da ONU "continuará presente" no Mali, embora tenha de adaptar-se à retirada dos militares franceses, que fornecem segurança à missão dos 'capacetes azuis'.

O anúncio do Conselho de Segurança surge no mesmo dia em que a assembleia que tem servido como órgão legislativo do país desde o golpe militar definiu que o período de transição antes das eleições e um regresso dos civis ao governo no Mali poderá durar até cinco anos.

A questão da data das eleições é objeto de uma guerra entre Bamaco e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e parte da comunidade internacional, incluindo a França.

O Conselho Nacional de Transição (CNT) do Mali, controlado pelos militares, aprovou também uma disposição estipulando que o Presidente do período de transição que deverá preceder um regresso civil ao poder não poderá candidatar-se em futuras eleições presidenciais.

A junta e os parceiros do Mali, em primeiro lugar a França, envolveram-se numa escalada de tensões que culminou na semana passada com o anúncio pelos franceses e europeus da retirada dos seus soldados que participavam na luta contra o 'jihadismo'.

O governo do Mali e a CEDEAO, no entanto, dizem que continuam abertos ao diálogo.

A CEDEAO anunciou hoje, através de uma declaração, que o mediador para o Mali, Goodluck Jonathan, visitará o país na quinta-feira.

A revisão da carta transitória retira o cargo de vice-presidente. Esta posição tinha sido criada à medida do coronel Goïta, em 2020, para ser responsável pelas questões de segurança.

Desde então, tornou-se Presidente após um segundo golpe de Estado, em maio de 2021, durante o qual destituiu o então presidente e primeiro-ministro de transição.

No caso de uma vaga na presidência, ou se ele não puder agir, as funções serão assumidas pelo presidente do CNT, atualmente o coronel Malick Diaw.

O número total de militares de manutenção da paz ao serviço da Minusma no final de dezembro era de 14.163, de acordo com a ONU.

Criada em 2013 após insurreições 'jihadistas' no ano anterior, com o orçamento anual de mais de mil milhões de dólares (880 milhões de euros), a Minusma é a missão mais mortífera do mundo para as forças de manutenção da paz, com mais de 150 mortes em atos hostis.

Leia Também: França rejeita saída do Mali e adverte sobre a segurança dos soldados

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