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Mali: Continuidade da missão da União Europeia depende de Bamaco

A União Europeia (UE) disse hoje que a continuidade da missão de treino no Mali vai depender das condições que Bamaco ofereça, alertando que a ajuda não continuará se os "mercenários russos" estiverem no terreno.

Mali: Continuidade da missão da União Europeia depende de Bamaco
Notícias ao Minuto

21:13 - 21/02/22 por Lusa

Mundo Borrell

"A missão está lá e a questão é se continua ou não", disse o Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, numa conferência de imprensa após o Conselho dos Negócios Estrangeiros, na qual foi debatida a retirada da França do país africano, na sequência da tensão com os militares responsáveis por dois golpes de Estado.

O futuro da Missão de Treino da UE (EUTM) no Mali dependerá da resposta de Bamaco, disse Borrel, citado pela Europa Press, salientando que a missão não continuará se os instrutores europeus tiverem de trabalhar "em cooperação com mercenários russos".

Borrell referia-se ao grupo Wagner, uma empresa privada de segurança da Rússia, que Bamaco acolheu no país, gerando um novo atrito com o bloco europeu.

Ainda assim, o chefe da diplomacia europeia escusou-se a antecipar uma decisão definitiva, acrescentando que a missão técnica da UE regressará à Europa dentro de alguns dias, e isso influenciará a continuidade da missão europeia, mas salientando que noutros países africanos que sofrem de instabilidade política, como a República Centro-Africana, e onde o grupo Wagner também está presente, a UE optou por congelar temporariamente a atividade da sua missão.

Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, o país que mais contribui para a EUTM Mali, salientou que o bloco quer continuar a manter a sua presença no Sahel, mas tudo dependerá da avaliação feita pela missão técnica enviada por Borrell ao terreno.

"Teremos de analisar até que ponto a junta militar do Mali quer manter a nossa missão no terreno e quais são as condições desta missão", salientou o ministro espanhol, apontando diretamente para a responsabilidade de Bamaco.

Albares reconheceu que o cenário no país está a mudar, na sequência do anúncio pela França da retirada das forças integradas na Takuba, o principal eixo de combate contra o 'jihadismo' no norte do Mali.

O Mali, liderado por uma junta militar após dois golpes de Estado em menos de um ano, não controla grandes áreas do país, particularmente no norte e no centro, onde a administração central está praticamente ausente.

Grupos rebeldes presentes no país têm vindo a intensificar os ataques contra a população civil, assim como contra o exército maliano, forças estrangeiras e forças das Nações Unidas.

Leia Também: Mali: França explica retirada militar no Conselho de Segurança da ONU

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