Pedro Sánchez garante que não antecipa eleições apesar da crise no PP
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, garantiu hoje que não vai marcar eleições legislativas antecipadas, apesar da atual crise no Partido Popular, o maior da oposição, que está num processo de escolha de um novo líder.
© Reuters
Mundo Pedro Sánchez
No debate parlamentar semanal que hoje teve lugar no Congresso dos Deputados, Pedro Sánchez desejou ao líder do Partido Popular (PP, direita), Pablo Casado, "o melhor para si próprio".
Depois de um breve discurso de Pablo Casado, que soou a despedida do hemiciclo e antes deste abandonar a câmara, o chefe do Governo disse que "este é um governo com sentido de Estado" e que não haverá eleições antecipadas.
O presidente do PP abandonou a sessão plenária do Congresso dos Deputados após receber aplausos do seu grupo parlamentar e defender na sua pergunta parlamentar ao primeiro-ministro que a política é a "defesa dos valores, respeito pelos adversários e dedicação ao povo espanhol".
O líder do PP, o maior partido da oposição espanhola, convocou para a próxima terça-feira uma reunião da junta diretiva nacional do partido, o órgão mais importante entre congressos, onde se espera que seja convocado o 20.º congresso nacional do partido, que será de "natureza extraordinária".
Desta forma, Casado cedeu à pressão interna após, nos últimos dias, terem aumentado as vozes que apelam à convocação deste conclave urgente para eleger uma nova liderança do PP e para poder dar uma saída à situação de guerra interna em que o partido se encontra.
Todos os olhos estão voltados para o presidente da região autonómica da Galiza, Alberto Núñez Feijóo, que nas últimas horas recebeu inúmeros apoios públicos para tomar as rédeas do PP e tentar reconstrui-lo, depois de uma semana muito turbulenta.
Feijóo ainda não se apresentou explicitamente, mas deixou a porta aberta para dar este passo, assegurando que o PP necessita de "mudanças, novas etapas e novos horizontes" e que tomará "decisões" em função do que a parte lhe pedir.
A atual crise no PP começou na semana passada quando a presidente da comunidade autonómica de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, acusou o seu partido de tentar destruí-la de forma "cruel", sustentando que o PP e o seu líder, Pablo Casado, estavam a fazer manobras para a desacreditar "pessoal e politicamente" e a tentar ligá-la à corrupção a partir do "anonimato", "sem provas" e envolvendo a sua família.
A liderança nacional do PP estaria a investigar desde outubro passado um contrato de 1,5 milhões de euros relacionado com o irmão da presidente de Madrid, tendo-lhe pedido explicações sobre as possíveis irregularidades.
A investigação teria sido feita ao irmão da líder de Madrid, Tomás Díaz Ayuso, e pretendia, entre outras coisas, obter uma declaração da sua conta bancária pessoal, bem como a lista dos fornecedores da empresa Priviet Sportive, à qual a Comunidade de Madrid adjudicou em abril de 2020 um contrato direto de 1,5 milhões de euros para a compra de máscaras FFP2 e FFP3.
Isabel Díaz Ayuso era até agora uma figura em ascensão no PP, depois de ter ganhado as eleições na região de Madrid em maio de 2021 por quase uma maioria absoluta que deu ânimo aos populares para tentar converter-se num movimento capaz de ganhar as eleições nacionais previstas para finais de 2023 e substituir o atual Governo nacional de esquerda, uma coligação entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o Unidas Podemos (extrema-esquerda).
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