"Não deve haver dúvidas de que as sanções terão uma resposta forte, não necessariamente simétrica, mas ponderada e sensível para o lado dos EUA", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo numa declaração citada pela agência espanhola EFE.
Os Estados Unidos da América (EUA), Reino Unido, Canadá, União Europeia (UE), Austrália e Japão impuseram ou anunciaram sanções contra a Rússia pelo seu reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk, e o anúncio de um possível envio de soldados russos para estes dois territórios do leste da Ucrânia.
O ministério liderado por Sergei Lavrov disse que se trata da 101.ª série de sanções contra Moscovo e acusou os EUA de quererem "tentar mudar o rumo da Rússia".
"Apesar da futilidade óbvia dos esforços feitos ao longo dos anos para dificultar o desenvolvimento da nossa economia, os EUA estão mais uma vez a utilizar instrumentos restritivos que são ineficazes e contraproducentes do ponto de vista dos interesses dos EUA", disse.
Para a diplomacia de Moscovo, a Rússia tem demonstrado que é capaz de minimizar os danos, apesar de todos os custos das sanções.
"Além disso, a pressão das sanções não pode afetar a nossa determinação de defender firmemente os nossos interesses", afirmou.
O ministério acusou os EUA de estarem "presos pelos estereótipos de um mundo unipolar com a falsa convicção" de que "ainda têm o direito e podem impor a todos as suas próprias regras da ordem mundial".
Nesta perspetiva, prosseguiu, "no arsenal da política externa" norte-americana "não restam outros meios para além de chantagem, intimidação e ameaças".
"No que respeita às potências mundiais, principalmente a Rússia e outros atores internacionais chave, isto não funciona", disse.
Face à política de sanções, a Rússia está aberta "à diplomacia baseada nos princípios de respeito mútuo, igualdade e consideração dos interesses uns dos outros", acrescentou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou sanções económicas diretas contra duas importantes instituições financeiras russas, a VEB (um dos principais bancos de investimento e desenvolvimento do país) e o banco militar PSB, que é considerado crítico para o setor de defesa da Rússia.
Biden aprovou também sanções contra a dívida soberana da Rússia para bloquear o acesso de Moscovo ao financiamento ocidental.
Um dia antes, assinou uma ordem executiva a proibir novos investimentos, comércio e outras transações económicas por instituições e cidadãos norte-americanos em Donetsk e Lugansk.
A medida visa isolar as duas regiões do sistema financeiro internacional baseado no dólar.
O reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk pelo Presidente russo, Vladimir Putin, na segunda-feira, suscitou a condenação de generalidade dos países ocidentais, depois de cerca de dois meses de tensão devido à concentração de dezenas de milhares de tropas russas junto às fronteiras da Ucrânia.
Os separatistas pró-russos apoiados por Moscovo de Donetsk e Lugansk entraram em guerra com as autoridades ucranianas em 2014, após a anexação da península da Crimeia pela Rússia.
Desde então, o conflito provocou mais de 14.000 mortos e 1,5 milhões de deslocados, segundo as Nações Unidas.
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