De acordo com a France-Presse (AFP), que cita o relatório obtido junto de fontes militares e políticas, a ideia é que o líder da junta militar e recentemente empossado Presidente, o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, lidere um Governo e um órgão legislativo composto por 20 e 50 pessoas, respetivamente.
O relatório, que não foi ainda divulgado oficialmente, terá de ser aprovado pela liderança militar atualmente no poder neste país africano, e será também objeto de análise por parte dos partidos, sindicatos e organizações da sociedade civil.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que suspendeu o Burkina Faso da organização em 28 de janeiro por causa do golpe, tinha pedido às novas autoridades que apresentassem um "calendário razoável para o regresso à ordem constitucional".
O tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba foi investido Presidente do Burkina Faso em 16 de fevereiro, três semanas após tomar o poder num golpe de Estado.
Damiba, de 41 anos, tomou o poder no Burkina Faso em 24 de janeiro, após dois dias de motins nas casernas do país, derrubando o Presidente eleito, Roch Marc Christian Kaboré, acusado de não ter posto fim à violência terrorista que atinge o país há sete anos.
Desde então, constituiu uma junta militar, chamada Movimento Patriótico para a Salvaguarda e a Restauração (MPSR), cuja prioridade é "a segurança".
Na senda do Mali e do Níger, o Burkina Faso está desde 2015 envolvido numa espiral de violência atribuída a movimentos terroristas, filiados na Al-Qaida e no grupo extremista Estado Islâmico, que fez mais de 2.000 mortos no país e levou pelo menos 1,5 milhões de pessoas a abandonar as suas casas.
Suspenso das instâncias da CEDEAO, o Burkina Faso e os membros da junta foram até agora poupados a outras sanções.
Uma missão ministerial da África ocidental que visitou Ouagadougou mostrou-se satisfeita por Damiba estar "aberto" ao diálogo.
No seu único discurso público, três dias após o golpe, Damiba afirmou precisar de parceiros internacionais.
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