Itália vai disponibilizar mais 3.400 soldados para países da NATO

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, disse hoje que a Itália está pronta para enviar 3.400 soldados adicionais para países da NATO, particularmente na Europa de Leste, após a invasão russa da Ucrânia.

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Lusa
25/02/2022 13:27 ‧ 25/02/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

Draghi confirmou que a Itália está preparada para mobilizar inicialmente 1.400 homens e mulheres do exército, marinha e força aérea, e, mais tarde, 2.000 soldados adicionais, para atuarem na "zona de responsabilidade da NATO".

Várias centenas de soldados italianos já estão destacados na Lituânia e na Roménia.

"A Itália e a NATO querem enviar uma mensagem de unidade e solidariedade à causa ucraniana e à defesa da arquitetura de segurança europeia", explicou o primeiro-ministro italiano, numa comunicação no Parlamento.

"A nossa prioridade deve ser fortalecer a segurança do nosso continente e exercer a maior pressão sobre a Rússia para que retire as suas tropas e volte à mesa de negociações", disse Draghi.

O chefe de Governo italiano também anunciou uma ajuda de 110 milhões de euros à Ucrânia, "para fins humanitários e estabilização macrofinanceira", bem como ajuda em equipamentos militares "em particular no setor de desminagem e fornecimento de equipamento de proteção".

Draghi disse ainda que o seu Governo está a trabalhar para lidar com uma possível crise energética, na sequência da invasão russa na Ucrânia, que deverá afetar economicamente a Itália, tendo em conta a elevada dependência do gás russo.

O primeiro-ministro italiano disse que estão a ser estudadas as reaberturas de centrais de energia a carvão.

"Esperamos que esses planos não sejam necessários. Mas não podemos ser apanhados desprevenidos", disse Draghi.

O chefe do Governo italiano anunciou que as medidas de emergência em estudo "incluem a maior flexibilização no consumo de gás, suspensões no setor industrial e regras sobre o consumo de gás no setor termoelétrico, onde também há medidas de redução".

Draghi lembrou que, hoje, cerca de 45% do gás importado pela Itália vem da Rússia, contra 27% há dez anos.

O Governo italiano também pretende trabalhar para aumentar os fluxos de gasodutos que não estão em sobrecarga, como o TAP do Azerbaijão, o TransMed da Argélia e da Tunísia e o Green Stream da Líbia.

Draghi admitiu que poderá ser "necessário reabrir as centrais a carvão, para colmatar imediatamente eventuais deficiências", apesar de essas centrais terem sido encerradas devido ao seu enorme impacto ambiental.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

Leia Também: Draghi. Zelensky está "escondido" e 'falhou' chamada telefónica

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