O Movimento Patriótico de Salvação e Restauração golpista, liderado por Paul-Henri Sandaogo Damiba, apresentou o resultado do trabalho da comissão encarregada de elaborar orientações.
O texto prevê um Governo interino com um primeiro-ministro civil nomeado por Damiba e não mais de 20 membros, que irão gerir o país durante dois anos e meio. Os membros deste Governo não podem concorrer às eleições.
Damiba tomou posse em 16 de fevereiro como Presidente do Burkina Faso, menos de uma semana depois de o Tribunal Constitucional ter aprovado a sua nomeação após o golpe de Estado que depôs o anterior Presidente, Roch Kaboré, em 24 de janeiro.
O golpe de Estado foi perpetrado depois de um motim militar em protesto contra a insegurança e a falta de meios para lidar com o 'jihadismo', razão pela qual os soldados exigiram a demissão de Kaboré e de outras altas patentes das forças de segurança.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que suspendeu o Burkina Faso da organização em 28 de janeiro por causa do golpe, tinha pedido às novas autoridades que apresentassem um "calendário razoável para o regresso à ordem constitucional".
Na senda do Mali e do Níger, o Burkina Faso está desde 2015 envolvido numa espiral de violência atribuída a movimentos terroristas, filiados na Al-Qaida e no grupo extremista Estado Islâmico, que fez mais de 2.000 mortos no país e levou pelo menos 1,5 milhões de pessoas a abandonar as suas casas.
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