Marinheiro parte para a guerra após tentar afundar iate de patrão russo

Um marinheiro ucraniano que tentou afundar no arquipélago espanhol de Maiorca um iate de luxo alegadamente pertencente a um magnata das armas russo, viajava hoje para a sua terra natal, Kyiv, para se juntar às forças ucranianas.

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Lusa
01/03/2022 07:35 ‧ 01/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

 

Taras Ostapchuk disse à agência Associated Press que esperava juntar-se a soldados ucranianos ou milícias civis que tentavam travar o avanço das tropas russas em direção à capital, Kyiv, e outras partes da sua pátria.

"Todos os cidadãos ucranianos devem ser defensores da nossa pátria porque esta está a ser sujeita à agressão russa", disse o ucraniano numa conversa telefónica algumas horas depois de ter sido libertado após a sua detenção em Maiorca, onde o iate está atracado e pouco antes de embarcar num voo para a capital polaca, Varsóvia.

O tripulante do barco de luxo atracado em Port Adriano, em Palma de Maiorca, tinha sido preso no sábado depois de tentar afundar o barco para prejudicar o seu patrão, a quem acusa de fabricar helicópteros com os quais o seu país está a ser atacado, segundo noticiaram as publicações online do arquipélago Última Hora e o Diário de Maiorca.

Os jornais relatam que a Guarda Civil prendeu o marinheiro ao meio-dia de sábado pelos danos causados a um iate propriedade de Alexander Mijeev, um executivo sénior de uma corporação que fabrica equipamento militar.

O homem preso explicou em tribunal que abriu várias válvulas na casa das máquinas do barco com o objetivo de afundar o iate, após ver ataques a edifícios civis na sua cidade, Kiev, por parte do exército russo que invadiu a Ucrânia.

Taras Ostapchuk alertou os seus companheiros para abandonarem o navio, mas eles avisaram os serviços de assistência portuária para evitar que o navio se afundasse.

Quando preso, o sabotador alegou que o proprietário do iate de luxo era um criminoso que se estava a enriquecer com as armas que estão a matar os seus compatriotas.

Após ter sido levado a tribunal, foi posto em liberdade provisoriamente.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

Leia Também: Governo ucraniano diz que Bolsonaro está 'desinformado' sobre guerra

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