Os soldados russos estão a render-se e a sabotar os próprios veículos para evitar combates na Ucrânia, perante as ordens que têm de "atirar em todos", revelou um relatório avançado pelo New York Times que cita um funcionário do Pentágono.
Segundo este funcionário, um número significativo das tropas russas são jovens, mal treinados e não preparados para uma guerra desta dimensão.
Para sabotarem os seus veículos, os soldados abriram propositadamente buracos nos mesmos.
De acordo com mensagens intercetadas por uma empresa de inteligência britânica, a ShadowBreak Intl, as tropas russas foram ouvidas a chorar durante os combates perto de Kharkiv.
We also heard them cry during a fight near Kharkhiv, as heard in this recording. But also had fuel issues, trouble coordinating because lack of maps, ... While also requesting air support or talking about Iskander strikes. https://t.co/ouOWie1t1G
— ShadowBreak Intl. (@sbreakintl) March 1, 2022
Nessas comunicações, que corroboram o relatório do New York Times, os soldados relatam a escassez de alimentos e combustível, segundo relata também funcionário do Pentágono, citado pela mesma publicação.
Estas gravações revelam que as tropas russas em solo ucraniano estão a recusar obedecer às ordens de comando para bombardear cidades ucranianas.
A ShadowBreak divulgou 24 horas de gravações de áudio intercetado desde que a invasão russa na Ucrânia começou. Estas gravações “exibem uma perturbadora falta de coordenação entre as unidades, às vezes até atirando umas contra as outras”.
Every conversations have displayed a disturbing lack of coordination between units, sometimes even firing at each other. But also, in addition to the simple fact that they are equipped with analogic radios, a lack of logisitical support.
— ShadowBreak Intl. (@sbreakintl) March 1, 2022
Recorde-se a Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades.
Quase 836.000 refugiados já deixaram a Ucrânia desde o início do conflito, de acordo com o último balanço da Organização das Nações Unidas (ONU). Mais de 159 mil pessoas saíram só nas últimas 24 horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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