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Opositor que preside à câmara de Dacar arrisca cinco anos de cadeia

O Ministério Público senegalês pediu hoje cinco anos de cadeia contra o atual presidente da câmara de Dacar, Barthélémy Dias, no caso da morte de um homem baleado e morto em 2011 em contexto de violência política.

Opositor que preside à câmara de Dacar arrisca cinco anos de cadeia
Notícias ao Minuto

15:26 - 02/03/22 por Lusa

Mundo Dacar

O Ministério Público senegalês pediu hoje cinco anos de cadeia contra o atual presidente da câmara de Dacar, Barthélémy Dias, no caso da morte de um homem baleado e morto em 2011 em contexto de violência política.

O julgamento do recurso de Barthélémy Dias, adiado várias vezes nos últimos anos, era aguardado com ansiedade pelas implicações políticas.

Dias, forte oponente do poder, assumiu a liderança da autarquia da capital senegalesa em 17 de fevereiro, à frente de uma coligação à escala nacional liderada por Ousmane Sonko, que já apresentou a sua candidatura às presidenciais de 2024.

"Estou a ser julgado por razões políticas, não por razões legais", considerou Barthélémy Dias após o pedido apresentado pelo Ministério Público.

Uma condenação de cinco anos de cadeia comprometeria seriamente a carreira política de Dias, que teme, nesse caso, uma reação violenta dos seus apoiantes.

Antes dele, dois outros opositores do Presidente, Macky Sall, o ex-presidente da câmara de Dacar Khalifa Sal e o ex-ministro Karim Wade, filho do ex-presidente Abdoulaye Wade, viram as suas carreiras políticas interrompidas por questões legais nos últimos anos.

O próprio Ousmane Sonko está a ser investigado desde 2021 de uma acusação de violação.

Os opositores de Macky Sall consideram que estão a ser alvo de uma conspiração engendrada pelo regime, que se defende ressalvando a separação de poderes estipulada pela Constituição.

Barthélémy Dias, de 47 anos, julgado com mais 12 arguidos, foi condenado em 2017 a dois anos de cadeia, seis meses dos quais como prisão efetiva, pela morte de em 2011 de Ndiaga Diouf, um lutador descrito pela oposição como um sicário do regime.

Ndiaga Diouf foi morto a tiro durante um assalto à sede do município de Mermoz Sacré-Coeur, uma das comunas que fazem parte de Dacar e que era presidido por Barthélémy Dias, por alegados simpatizantes do Partido Democrático Senegalês, no poder.

A morte ocorreu num período por protestos contra a candidatura do então +residente Abdoulaye Wade a um terceiro mandato nas presidenciais de 2012.

Nas declarações que fez hoje no julgamento do recurso, Barthélémy Dias alegou legítima defesa e negou ter sido o único a disparar contra Diouf.

A leitura da sentença está marcada para 18 de maio.

Leia Também: Exploração de ouro no Senegal está a empobrecer comunidades mineiras

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