Em comunicado, a UNESCO anunciou também uma reunião extraordinária do seu conselho executivo no dia 15 de março para avaliar as consequências da invasão russa na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro.
A UNESCO lamentou "as vítimas civis" do conflito, entre as quais "estudantes, professores, artistas, cientistas e jornalistas", mas também mulheres e crianças, que estão a ser forçadas a um êxodo "desproporcional".
A diretora-geral da UNESCO, a francesa Audrey Azoulay, denunciou "uma escalada de violência totalmente inaceitável, que causa a morte de civis, incluindo crianças".
A agência da ONU não anunciou sanções específicas contra a Rússia, que é membro da instituição, sublinhando que a sessão do seu conselho executivo será para "examinar as repercussões e consequências da situação atual na Ucrânia sob todos os aspetos do mandato da UNESCO".
A entidade condenou "veementemente" os bombardeamentos de centros educacionais, nomeadamente dos sete locais já atingidos, incluindo a Universidade Nacional Karazin, em Kharkiv.
Também registou os ataques contra sete cidades que são património da UNESCO, como a própria Kharkiv (leste da Ucrânia), Lviv (oeste) ou a capital Kiev, além de Odessa (sul).
A agência lamentou os danos causados pelos bombardeamentos em Kharkiv, considerada como uma cidade de música criativa pela UNESCO, bem como no centro da cidade de Tchernihiv, candidata a Património da Humanidade.
Referiu igualmente os danos causados pelas forças russas no museu Ivank?v, perto de Kiev, que contém obras da famosa artista ucraniana Maria Primachenko (1908-1997), representante da arte naïf.
Também condenou o ataque ao Memorial do Holocausto Babi Yar, em Kiev, onde ocorreu "um dos maiores massacres de judeus na Segunda Guerra Mundial".
A UNESCO repudiou ainda o bombardeamento das torres de televisão em Kiev e expressou a sua "preocupação" com os ataques a jornalistas.
A invasão russa causou o encerramento de estabelecimentos educacionais que afetam seis milhões de estudantes entre os três e os 17 anos e 1,5 milhões de estudantes universitários.
"As repercussões -- advertiu a UNESCO - podem ser consideráveis, também nos países vizinhos".
A Rússia lançou há uma semana uma ofensiva militar na Ucrânia com três frentes e recorrendo a forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.
As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. A ONU já deu conta de mais de um milhão de refugiados.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
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