Tribunal considera dois homens culpados de assassínio de ex-PM libanês

O Tribunal Especial das Nações Unidas para o Líbano (TSL) considerou hoje, em recurso, dois presumíveis membros do Hezbollah pró-iraniano culpados da morte do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri, num atentado em 2005.

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Lusa
10/03/2022 16:02 ‧ 10/03/2022 por Lusa

Mundo

Líbano

"A câmara decidiu por unanimidade anular as absolvições do senhor Merhi e do senhor Oneissi. Declaramos por unanimidade o senhor Merhi e o senhor Oneissi culpados", declarou a juíza presidente do TSL, Ivana Hrdlickova, que tinha já em 2020 condenado, à revelia, a prisão perpétua outro presumível membro do Hezbollah, Salim Ayyash, por homicídio doloso.

Rafic Hariri, que ocupou o cargo de primeiro-ministro do Líbano até se demitir, em outubro de 2004, foi assassinado em fevereiro de 2005, quando um bombista-suicida fez explodir uma carrinha cheia de explosivos à passagem da sua coluna blindada em Beirute, matando mais 21 pessoas e fazendo 226 feridos.

No final do julgamento em primeira instância, o tribunal condenou Salim Ayyash, mas considerou que não existiam provas suficientes para condenar os outros acusados, Assad Sabra, Hussein Oneissi e Hassan Habib Merhi. A acusação recorreu da absolvição destes últimos dois.

O TSL, com sede na periferia de Haia, nos Países Baixos, foi criado na sequência de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

O Hezbollah recusou-se a entregar quaisquer suspeitos e a reconhecer o tribunal, que emitiu um mandado de captura internacional para Ayyash após a sua condenação à revelia. O tribunal declarou que Ayyash não podia recorrer do veredito enquanto não se entregasse.

O TSL emitiu hoje também um mandado de captura para Hussein Oneissi e Hassan Habib Merhi.

Em junho, o TSL dissera correr o risco de desaparecer por falta de financiamento e deveria encerrar no final do julgamento deste recurso. Um outro julgamento de Salim Ayyash por uma série de ataques a vários políticos foi cancelado, por falta de fundos.

Leia Também: Tribunal Especial para o Líbano pode encerrar por falta de financiamento

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