Pelo menos 40 feridos na sexta noite de distúrbios na ilha de Córsega
Pelo menos 40 pessoas ficaram feridas, a maioria agentes das forças de segurança, na sexta noite consecutiva de distúrbios na ilha francesa da Córsega, após uma agressão na prisão de um islamista a um terrorista independentista, que está em coma.
© Getty
Mundo França
A autarquia da província da Córsega do Norte condenou a violência e apelou à calma porque "a agressão sistemática às forças da ordem não vai fazer avançar qualquer reivindicação", segundo um comunicado emitido hoje.
A delegação governamental da região indicou que 23 polícias ficaram feridos nos confrontos com manifestantes nos arredores da Câmara Municipal de Bastia, a capital da Córsega do Norte.
Os agentes foram atingidos por 'cocktails' Molotov, aos quais se somaram as denominadas "bombas agrícolas" (dispositivos artesanais com fertilizantes), bolas de ferro e outros objetos usados como projéteis.
Segundo a mesma fonte, um fotógrafo do jornal Corse Matin também ficou ferido no local e um manifestante foi atingido nos membros inferiores por uma bala de borracha lançada pela polícia antimotim.
Em Calvi, cerca de 40 pessoas reunidas perto de um edifício do Governo local lançaram 'cocktails' Molotov e partiram janelas com pedras.
Ao mesmo tempo, ocorreram outros distúrbios em Ajaccio, a capital da outra província da ilha, Córsega do Sul, nos quais 14 pessoas ficaram feridas, incluindo um jornalista do canal TF1, que, segundo um outro comunicado da autarquia, foi atingido na perna.
O Palácio da Justiça de Ajaccio foi também alvo de uma invasão e alguns dos manifestantes provocaram incêndios que deixaram marcas na fachada do edifício.
A delegação governamental da Córsega do Sul insistiu que a violência contra as forças da ordem não constitui uma resposta "ao drama que afetou Yvan Colonna e os seus familiares", apelando à calma e ao diálogo para "evitar mais vítimas".
Na origem destes incidentes está a agressão sofrida por Yvan Colonna no dia 02 de março na prisão de Arles, no sudeste de França.
O independentista da Córsega cumpre uma pena de prisão perpétua pelo assassínio, em fevereiro de 1998, de Claude Erignac, o mais alto representante do estado francês na ilha.
Colonna, que foi atacado por Franck Elong Abé, outro prisioneiro, condenado por terrorismo, está desde então hospitalizado em risco de vida.
O Governo francês tentou responder às manifestações ao anunciar, na terça-feira, que deixou de classificar Colonna como um detido sob vigilância especial.
Isto deveria permitir a sua transferência para uma prisão na Córsega, como ele e a sua família exigiam, mas alguns movimentos nacionalistas descreveram esta mudança no estatuto prisional como uma provocação.
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