"A condenação de Raif Badawi a 10 anos de prisão é seguida (após a sua libertação) de uma interdição de abandonar o território durante o mesmo período de tempo. O tribunal proferiu a sua decisão e é definitiva", afirmou à Agência France Press uma fonte do Ministério do Interior saudita.
"Ele não pode deixar o território durante os próximos 10 anos, a menos que um perdão real lhe seja concedido", acrescentou a mesma fonte, sob anonimato.
O ex-vencedor do prémio Repórteres Sem Fronteiras pela liberdade de imprensa, de 38 anos, foi preso em 2012 e condenado no final de 2014 a 10 anos de prisão e 50 chibatadas por semana durante vinte semanas por ter defendido, em particular, o fim da influência da religião na vida pública.
A primeira sessão de flagelação em praça pública na Arábia Saudita em 2015 chocou o mundo pelo seu caráter "medieval", segundo a expressão de um ministro sueco à época, mas Badawi voltou a ser chicoteado.
Na sexta-feira, Ensaf Haidar, mulher de Raif Badawi, disse à AFP que o seu marido estava "livre", o que foi depois confirmado por um oficial da segurança saudita.
Após a libertação de Badawi, a Amnistia informou a AFP de estar "trabalhar ativamente para que todas as condições" ligadas à sua libertação sejam "levantadas", em particular a proibição de deixar o território saudita durante 10 anos.
A repressão brutal de vozes dissidentes e a prisão de ativistas na Arábia Saudita foram denunciadas até agora por organizações internacionais e pela ONU, ainda que o país tente melhorar sua imagem internacional através de reformas.
A irmã de Raif Badawi, Samar Badawi, assim como a ativista Nassima al-Sadah, libertada em 2021, permanecem no país.
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