Central nuclear de Zaporizhzhia é controlada por 400 soldados russos
A central nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia e a maior da Europa, está atualmente sob o controlo de cerca de 400 soldados russos, anunciou este sábado em Viena a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
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Mundo Ucrânia/Rússia
Em comunicado, a organização citou Petro Kotin, o presidente da Energoatom, o operador desta central, para vincar que o exército russo está "presente a tempo inteiro no local" desde o dia 04 de março e que impõe a coordenação de todas as questões técnicas e operacionais de gestão. Segundo a AIEA, os funcionários estão a mudar de turno regularmente, enquanto os peritos russos chegaram ao local para monitorizar a radiação.
Por outro lado, a agência internacional revelou que a Ucrânia transmitiu a intenção da Rússia em assumir o controlo permanente em Zaporizhzhia, colocando-a sob a gestão da empresa estatal Rosatom. Todavia, as autoridades russas já vieram negar essa situação, com o diretor-geral da entidade responsável pelo complexo energético nuclear russo, Alexei Likhachev, a garantir à AIEA a presença de um número limitado de peritos da Rosatom naquele local.
Os militares russos estão ainda desde 24 de fevereiro na antiga central de Chernobyl, local do maior acidente nuclear da história em 1986. O regulador nuclear ucraniano afirmou este sábado que os esforços de reparação das linhas elétricas danificadas continuam, apesar de o fornecimento externo de energia ter sido cortado desde quarta-feira.
Na sua conversa telefónica com o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, o responsável da empresa estatal russa Rosatom fez notar que as linhas elétricas poderiam ser alargadas a partir da Bielorrússia para fornecer Chernobyl, onde os 211 empregados ucranianos continuam a trabalhar no mesmo turno desde a tomada do poder pelos militares russos.
Perante a posição de Alexei Likhachev, Grossi salientou a necessidade urgente de assegurar que o pessoal possa descansar e rodar de turnos de forma adequada. A AIEA referiu ainda que as comunicações entre a central e o regulador ucraniano foram perdidas na quinta-feira, embora assegure estar em contacto constante com a direção da central de Chernobyl, que não está nas instalações.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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