"Pelo menos 268 pessoas já foram presas em 23 cidades", informou na sua página oficial na internet a OVD-Info, uma ONG especializada em acompanhar protestos.
Os jornalistas da agência France-Presse (AFP) viram vários manifestantes presos em Moscovo e em São Petersburgo, a segunda maior cidade do país.
Em Moscovo, algumas dezenas de pessoas desafiaram hoje a proibição de manifestações, reunindo-se na Praça do Arsenal, perto do Kremlin.
Segundo a AFP, pelo menos 30 manifestantes e um jornalista foram levados pela polícia.
"Paz no mundo!", cantava uma mulher enquanto era arrastada à força por dois agentes.
Em São Petersburgo, onde muitos autocarros da polícia eram visíveis no centro, os manifestantes tentavam manter um perfil discreto.
Kristina, de 20 anos, apresentou-se vestida com um casaco azul e um chapéu amarelo, as cores da bandeira ucraniana.
"Claro que é assustador sair [para protestar]. Todos estão a ser levados, vários dos meus amigos foram presos, outros foram expulsos da universidade. Eu coloquei as cores da Ucrânia e estou aqui. Para protestar, de uma forma ou de outra", disse a jovem.
"Vocês são todos traidores, todos nós deveríamos prendê-los", disse um homem, com cerca de sessenta anos, que cuspiu quando passava no local.
Apesar da proibição, manifestantes reúnem-se diariamente na Rússia para denunciar a intervenção militar na Ucrânia.
Aqueles que se manifestam estão sistematicamente sujeitos a multas ou mesmo à prisão.
No domingo passado foram presos mais de 5.000 manifestantes.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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