Republicanos reafirmam oposição sobre novo acordo nuclear com o Irão
O novo acordo já está prestes a cair devido aos interesses internos da Rússia no negócio.
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Mundo Estados Unidos
Os senadores republicanos reafirmaram, esta segunda-feira, a sua oposição à restauração do acordo nuclear internacional com o Irão, que aliviaria sanções económicas internacionais sobre o país, numa altura em que a administração Biden e os restantes países estão a finalizar um novo compromisso com os iranianos.
Num comunicado a que a Reuters teve acesso, 49 dos 50 senadores republicanos voltam a acusar o presidente Joe Biden de ser permissivo para com o Irão, argumentando que o alívio de sanções permitirá que um governo iraniano hostil se torne mais forte.
O acordo nuclear de 2015, denominado Plano de Ação Conjunto Global (PACG), foi assinado pelo então presidente norte-americano Barack Obama, juntamente com a China, a França, a Alemanha, a Rússia, o Reino Unido e a União Europeia. O documento foi amplamente criticado pelos republicanos, que acusaram os governos de serem displicentes para com o Irão, apesar do acordo prever missões de monitorização intensas ao arsenal nuclear do país e de impedir o enriquecimento de urânio suficiente para fabricar armas nucleares.
A relutância dos conservadores norte-americanos em aceitar o acordo traduziu-se no rompimento do acordo, em 2018, pelo então presidente Donald Trump, que tentou usar o seu passado empresarial para o classificar como "o pior negócio de sempre". O mandato de Trump foi caracterizado por um aumento das hostilidades entre EUA e Irão, com a morte do general iraniano Qasem Soleimani no início de 2020 a deixar o mundo chocado.
Agora, os republicanos voltaram a prometer que iriam fazer tudo para impedir um novo acordo que não "bloqueie completamente" a capacidade do Irão construir uma arma nuclear e que não confronte "o apoio do terrorismo pelo Irão".
No entanto, a luta dos republicanos parece condenada ao fracasso. Segundo explica o The Hill, a presidência de Barack Obama aprovou uma medida que exige que o senado possa rever ou possivelmente rejeitar os acordos internacionais feitos com o Irão.
Ora, neste momento, os democratas têm uma maioria (curta) na Câmara dos Representantes (a câmara baixa do Congresso) e no Senado (a câmara alta). E no Senado, precisariam de uma maioria de votos de 60 votos em 100 para chumbar o acordo (os dois partidos têm 50 cada um, com a vice-presidente democrata Kamala Harris a ter o poder de desempate) e de ultrapassar o veto de Joe Biden.
Apesar de tudo, o acordo poderá cair, não graças aos republicanos norte-americanos, mas devido às intransigências da Rússia. Sendo um dos poderes nucleares, a Rússia faz parte do acordo desenhado em 2015, mas tem aproveitado as negociações para a restauração do acordo iraniano para impor os seus próprios interesses.
Os russos exigem que o acordo com o Irão não afete ou envolva as sanções económicas impostas após a invasão na Ucrânia, de modo a poder comercializar com a república islâmica.
No sábado, França, Reino Unido e Alemanha afirmaram que "ninguém devia explorar o PACG para obter garantias que existem separadamente do PACG", e a posição russa "ameaça o colapso do acordo".
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