Pentágono diz que 'drones' dos EUA vão permitir "dar um golpe na Rússia"
O Pentágono disse hoje que os 'drones' que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou enviar para a Ucrânia para ajudar os ucranianos a defenderem-se da ofensiva russa vão servir para "dar um golpe à Rússia".
© Reuters
Mundo Ucrânia
Quem o afirmou foi um alto funcionário da Defesa norte-americana numa conversa com jornalistas, sem especificar se os 'drones' vão ser armados ou se vão ser apenas para vigilância.
A mesma fonte recusou-se a fornecer mais detalhes sobre os 'drones', que serão enviados "o mais rápido possível", acrescentando que o avanço da Rússia permanece parado perto de Kiev, onde não foi realizado nenhum um progresso "tangível".
Face a esta situação, Moscovo está a mover as suas forças da retaguarda para a vanguarda, indicou.
De acordo com os Estados Unidos, desde o início da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro, a Rússia lançou mais de 980 mísseis contra o território ucraniano.
Até ao momento, o Pentágono não recebeu nenhuma indicação de que as forças russas vão lançar um ataque anfíbio a Odessa, no mar Negro, apesar o aumento dos ataques àquela cidade ucraniana pela artilharia naval do Kremlin.
Joe Biden anunciou hoje o envio de mais armas antiaéreas e 'drones' para ajudar a Ucrânia a defender-se da Rússia, assim como mais 800 milhões de dólares (727,7 milhões de euros) em assistência militar.
"O mundo está unido no nosso apoio à Ucrânia e na nossa determinação de fazer [o Presidente russo, Vladimir] Putin pagar um preço muito alto", disse Biden, aquando do anúncio de mais apoio à Ucrânia e horas após o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter pedido ao Congresso dos Estados Unidos uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia ou sistemas de defesa aérea.
"Vamos dar à Ucrânia as armas para lutar e se defender durante todos os dias difíceis que virão", acrescentou Biden.
Na prática, a assistência assumirá a forma de transferências diretas de equipamentos do Departamento de Defesa norte-americano para os militares ucranianos, de forma a ajudá-los a defender o seu país contra a "invasão não provocada e injustificada pela Rússia".
O pacote de assistência militar hoje anunciado engloba, entre muitos outros, 800 sistemas antiaéreos Stinger, 6.000 sistemas anti-blindagem, 100 lança-granadas, 20 milhões de munições de armas pequenas e morteiros, 400 espingardas e 100 sistemas aéreos não tripulados táticos ('drones').
De acordo com a Casa Branca, os 800 milhões de dólares hoje anunciados elevam a assistência dos EUA à Ucrânia para mil milhões de dólares (910 milhões de euros) apenas na semana passada, num total de dois mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros) desde o início do Governo de Biden.
"Esta pode ser uma batalha longa e difícil. Mas o povo americano será firme no seu apoio ao povo da Ucrânia diante dos ataques imorais e antiéticos de Putin às populações civis", disse o chefe de Estado norte-americano, Joe Biden.
Apesar de Biden ter respondido aos apelos de Zelensky por mais ajuda, permitindo que o exército ucraniano se equipe com equipamentos mais eficientes, essa ajuda ficou aquém do que foi realmente pedido pelo seu homólogo da Ucrânia: uma zona de exclusão aérea ou aviões de combate.
Numa transmissão em direto, por videoconferência, Zelensky dirigiu-se na manhã de hoje ao Congresso dos Estados Unidos e citou os ataques a Pearl Harbor e de 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, para comparar os horrores que o povo ucraniano tem vivido.
"Precisamos de vocês agora", apelou, acrescentando que "a Rússia transformou o céu ucraniano numa fonte de morte para milhares de pessoas".
Zelensky pediu ainda que os EUA imponham novas sanções a Moscovo e a políticos russos, "todas as semanas, até que a máquina militar russa pare", e que todas as empresas norte-americanas deixem o mercado da Rússia "porque está inundado com sangue".
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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