Os condenados pelo Tribunal Municipal de Phnom Penh incluem sete líderes exilados do extinto Partido de Salvação Nacional do Camboja (CNRP), condenados a 10 anos de prisão.
A lista inclui o cofundador do CNRP, Sam Rainsy, que está exilado desde 2016 para escapar a penas de prisão por difamação e outras acusações. O opositor diz que os casos contra ele são politicamente motivados.
Sam Rainsy tem sido o dissidente mais popular que se opõe ao primeiro-ministro, Hun Sen, que está no poder há 37 anos. O caso de traição envolveu uma tentativa de regresso ao Camboja em 2019, bloqueada pelo Governo.
Os outros líderes do CNRP condenados foram a mulher de Sam Rainsy, Tioulong Saumura, e cinco ex-legisladores.
Outros 13 réus, militantes de base do CNRP, foram condenados a cinco anos de prisão, reduzidos pelo tribunal para três anos e oito meses.
Um outro réu, ausente do julgamento, teve a pena suspensa por motivo de saúde, por ter sofrido um aciente vascular cerebral (AVC) há dois anos.
"Após o anúncio (...), essas 13 pessoas gritaram juntas ao juiz que eram inocentes e que não podem aceitar esse veredicto injusto", disse o advogado de defesa Sam Sokong.
Todos os réus foram acusados de conspiração para cometer traição e incitação a cometer um crime, principalmente em conexão com a organização da viagem abortada de Sam Rainsy em 2019.
O líder do partido também foi condenado por incitar membros das forças armadas a não seguirem ordens superiores.
"Não foram apresentadas contra os arguidos quaisquer provas credíveis, num julgamento injusto", disse num comunicado a Human Rights Watch.
A ONG de defesa dos direitos humanos disse que o julgamento "parece ter tido como objetivo afastar os opositores políticos".
Antes das eleições gerais de 2018, Hun Sen lançou uma campanha de repressão, tendo mais tarde o Supremo Tribunal de Justiça do Camboja dissolvido o CNRP.
O partido de Hun Sen posteriormente ganhou todos os lugares na Assembleia Nacional, em eleições que não foram consideradas nem livres nem justas por observadores internacionais, algo que levou várias nações ocidentais, incluindo a União Europeia, a impor sanções.
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