Cidade de Izium precisa muito de corredor humanitário, diz organização

A organização humanitária Amnistia Internacional avisou hoje que a cidade ucraniana de Izium, uma das mais atacadas pela Rússia, está perto da rutura, quase sem água e comida, e pediu a criação urgente de um corredor humanitário.

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Lusa
17/03/2022 16:32 ‧ 17/03/2022 por Lusa

Mundo

Amnistia Internacional

"Os residentes em Izium têm estado sob cerco constante desde 28 de fevereiro, e alertaram para a diminuição do abastecimento de comida e água, que os levou a um ponto de rutura" nesta cidade do leste da Ucrânia, refere a Amnistia Internacional, em comunicado hoje divulgado.

De acordo com a organização, Izium, "assim como outras cidades na linha da frente da invasão russa", precisa "urgentemente de corredores humanitários que permitam a retirada segura dos civis".

Além disso, acrescenta, a cidade "necessita de material humanitário para chegar aos que ficarem" no local.

A cidade, lembra a Amnistia, "tem estado exposta a permanentemente a violência desde 03 de março e, na maior parte das áreas residenciais, foi cortada a eletricidade, o gás, o aquecimento e as comunicações móveis, na sequência dos ataques que não cessam".

Há "dúzias de pequenas cidades e vilarejos na Ucrânia que estão sob ataque implacável, com os seus habitantes desesperados por estarem no meio do fogo cruzado ou cercados pelas forças russas", refere a diretora da Amnistia Internacional para a Europa de Leste e Ásia Central, Marie Struthers, citada no comunicado.

"Os testemunhos que reunimos em Izium revelam o terror vivido pela população civil da cidade, presa em caves, quase sem comida ou água e sob constantes ataques", acrescentou a responsável.

De acordo com a procuradoria-geral da Ucrânia, pelo menos oito civis, incluindo duas crianças, foram mortos em ataques àquela cidade realizados no dia 03 de março, que também causaram danos significativos ao hospital central.

Entrevistados pela Amnistia Internacional, residentes que conseguiram fugir contaram que as forças russas realizaram ataques que mataram e feriram civis e destruíram ou danificaram o hospital, casas residenciais, escolas, jardins de infância, instalações médicas e lojas de alimentos, adiantando que "alguns dos ataques parecem ter sido indiscriminados e, portanto, ilegais".

No dia 09 de março, as autoridades locais conseguiram retirar cerca de 250 pessoas de Izium, embora tivessem planeado levar 5.000 para fora da cidade, e, no dia seguinte, retiraram mais 2.000 pessoas, através de carros particulares e de ativistas e voluntários locais.

No entanto, "muitos civis, principalmente idosos e pessoas com deficiência, optaram por ficar ou não puderam sair", alerta a Amnistia Internacional, sublinhando que "o direito internacional humanitário proíbe ataques deliberados a civis e bens civis, bem como ataques indiscriminados e desproporcionais".

A organização pediu ainda às forças ucranianas para também tomarem "todas as precauções possíveis para proteger a população civil sob seu controlo dos efeitos dos ataques" e evitarem "operar em bairros civis, onde podem atrair fogo que resulte em danos a civis".

A Rússia lançou, a 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou quase um milhar de mortos e mais de mil feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,1 milhões de pessoas, entre as quais mais de três milhões para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Mantêm-se em Mariupol 11 vezes mais pessoas do que as que escaparam

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