Meteorologia

  • 05 OCTOBER 2024
Tempo
24º
MIN 20º MÁX 25º

Timor: Olhos postos na 'meta' dos 50% e nos níveis de abstenção

As maiores eleições presidenciais de sempre em Timor-Leste decorrem no sábado, com um número recorde de eleitores e candidatos, e olhos postos na abstenção e na meta de 50% para vencer à primeira volta.

Timor: Olhos postos na 'meta' dos 50% e nos níveis de abstenção
Notícias ao Minuto

06:13 - 18/03/22 por Lusa

Mundo Eleições

Historicamente, só duas das cinco eleições presidenciais realizadas se resolveram à primeira volta: as de 2002, em que Xanana Gusmão venceu com 82,69% contra apenas um adversário, e há cinco anos, quando Lú-Olo, na sua terceira corrida e com o apoio de Xanana Gusmão, venceu com 57,08% numa corrida com oito candidatos.

Não é a primeira vez que Ramos-Horta e Lú-Olo se confrontam, sendo que em 2007 o atual Presidente ficou à frente na primeira volta, obtendo 27,89% contra os 21,61% de José Ramos-Horta (eram sete candidatos no total). Ramos-Horta venceu a segunda volta com 69,18%.

Nas eleições de 2012, as mais 'renhidas' e com 12 candidatos, Lú-Olo voltou a vencer à primeira volta, com 28,76%, deixando Taur Matan Ruak (que acabaria por ganhar na segunda volta) em segundo com 25,71% e Ramos-Horta no terceiro lugar com 17,48%, ligeiramente acima do quarto, Fernando Lasma de Araújo com 17,30%.

Além de Lú-Olo e Ramos-Horta, há outros 'repetentes', ainda que no passado tenham conseguido apoios muito reduzidos.

Ângela Freitas, na segunda corrida presidencial, só obteve 4.353 votos (0,84%) em 2012 e Rogério Lobato ficou-se pelos 16.219 votos (3,349%) na candidatura de 2012.

Todos os outros são estreantes, ainda que Mariano Sabino, por exemplo, seja o terceiro líder do Partido Democrático (PD) a candidatar-se, com Antonio da Conceição a ser o segundo mais votado há cinco anos, com 32,47% dos votos e o já falecido Fernando Lassama a obter 19,18% e 17,20%, respetivamente em 2007 e 2012.

O Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), que nas legislativas de 2017 foi o quinto de 21 partidos concorrentes, obtendo 6,43% dos votos, apresenta pela primeira vez um candidato presidencial, a presidente do partido, Armanda Berta dos Santos.

Ao todo, tendo em conta as quatro eleições já realizadas e a atual, apresentaram-se aos eleitores um total de 35 candidatos diferentes.

Uma tendência desde as primeiras eleições é o aumento da abstenção, que tem crescdo a cada cinco anos, aumentando dos 15,17% de 2002 para o valor mais elevado de sempre, 28,85%, há cinco anos.

Um dos fatores a considerar na abstenção deste ano poderá ser a saída do país no último meio ano, depois das restrições desde o início da pandemia, de milhares de trabalhadores timorenses, a maioria dos quais não está recenseada nos centros fora de Timor-Leste ou está em países onde não se pode votar.

Se a abstenção se mantiver, votarão cerca de 620 mil dos 859.613 eleitores registados, o que implica que alcançar a vitória logo à primeira volta exigiria 310 mil votos, aproximadamente.

Recorde-se que, com base na lei atualmente em vigor, o total universo de votantes 'vale', potencialmente, cerca de 3,4 milhões de dólares (3 milhões de euros) aos candidatos, de acordo com um diploma de 2018 que fixa uma subvenção de quatro dólares por voto obtido.

Esse valor total tem em conta um universo de cerca de 856 mil eleitores e o valor da subvenção em vigor, determinada em 2018 e que não deverá ser alvo de alterações para já, segundo fonte do executivo ouvida pela Lusa.

O total pago em subvenção referente às eleições de 2017 foi de mais de dois milhões de dólares (1,8 milhões de euros), correspondente aos votos válidos nos oito candidatos, um total de 516.881.

As urnas estão abertas entre as 07:00 e as 15:00, hora de Timor-Leste, menos nove horas em Lisboa.

Leia Também: Timor-Leste: Mais de 850 eleitores inscritos para votarem em Portugal

Recomendados para si

;
Campo obrigatório